sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Lula: “Nós não tínhamos mais engenharia naval e ferroviária neste país”


Enviada em 21 de outubro de 2010
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, inaugurou nesta quinta-feira (21), em Rio Grande (RS), o Polo Naval do Rio Grande (RS)
A partir do primeiro semestre de 2011 também deve começar a construção de oito cascos para plataformas do tipo FPSO
Agência Petrobras
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, inaugurou nesta quinta-feira (21), em Rio Grande (RS), o Polo Naval do Rio Grande (RS), acompanhado pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo. No pólo serão construídos cascos de plataformas em série, operação inédita no mundo. O dique-seco, estrutura integrante do Polo, é considerado o maior do hemisfério sul.
Em seu discurso, Lula destacou a revitalização da indústria naval. ‘Nós não tínhamos mais engenharia naval e ferroviária neste país. Estávamos predestinados a importar produtos que  já havíamos produzido  no passado”. Para o presidente Lula, o Polo é um exemplo da retomada do desenvolvimento da indústria no país.
O presidente da Petrobras também destacou o impulso dado à indústria naval. “ A indústria naval foi reerguida pelas decisões da Petrobras e da sua subsidiária Transpetro de adquirir navios e sondas no Brasil, gerando emprego e renda para os brasileiros”.  Gabrielli lembrou que as unidades da plataforma P-55 já estão em construção no estaleiro Rio Grande. “ A indústria de petróleo precisa de equipamentos e nós temos condições de construí-los neste país”.
Os presidentes da Petrobras Biocombustível, Miguel Rosseto, da Transpetro, Sergio Machado e o diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, também participaram da cerimônia.
O Polo consiste em uma infraestrutura de 430 mil m2  para construção e reparos de unidades marítimas (offshore) para a indústria do petróleo, tais como plataformas flutuantes de perfuração, produção e de apoio. A nova estrutura permitirá o aumento da competitividade nas licitações com a entrada de novas empresas, possibilitando redução nos preços e nos prazos dos futuros projetos.
A construção do Polo Naval teve início em agosto de 2006 e sua obra gerou cerca de 1.400 empregos diretos (média mensal). A principal instalação do Polo é o dique seco, com 350m de comprimento,  130m de largura e 17,1m de altura e equipado com um pórtico capaz de erguer até 600 toneladas. Um dique dessas dimensões (entre os maiores do mundo) permite a construção simultânea de dois navios petroleiros ou duas plataformas. No dique também poderão ser docadas plataformas ou navios.
O Polo Naval inclui também ampla área para montagem de estruturas e de equipamentos, cabines climatizadas para pintura, equipamentos para movimentação de carga, dois cais de atracação que permitem os serviços de acabamento, oficinas para processamento de aço e tubulação e diversos sistemas, tais como: ar comprimido, gases industriais, elétrico, coleta e tratamento de efluentes etc. As instalações do Polo estão dimensionadas para comportar até 5 mil pessoas trabalhando e permitirão também que se forme mão-de-obra especializada em construção offshore.
Revitalização da Indústria
A construção do Polo Naval irá revitalizar a indústria de bens e serviços de Rio Grande e cidades vizinhas, gerando empregos diretos e indiretos. Uma vez que o país não possui instalações de porte similar, esse empreendimento vai permitir que serviços antes feitos no exterior possam ser feitos no Brasil, ampliando o conteúdo nacional das obras.“Será uma grande oportunidade para desenvolver a mão de obra regional, em profissões como soldador, montador e pessoal de planejamento. O desafio está lançado”, avaliou o gerente setorial de Construção e Montagem do Deckbox da P-55, José Luís Rodrigues da Cunha, durante coletiva que antecede a inauguração do empreendimento.
Durante a entrevista, o gerente de Implementação de Empreendimentos de Plataformas para o Pré-sal, Márcio Ferreira Alencar, ressaltou os benefícios do Polo Naval para todo o país. “Os cascos aqui do Rio Grande, além de todas as atividades de integração dos módulos, preparação, testes e o transporte dos navios para o pré-sal da Bacia de Campos e de Santos vão desenvolver a economia da costa brasileira e do interior, devido à necessidade de sub-fornecedores”.
O Polo também vai permitir que sejam construídos em série cascos para plataformas, o que trará vantagens como o aumento da produtividade, padronização de processos e redução de custos, além de evitar a dispersão de mão de obra ao fim dos projetos.
As instalações do Polo Naval já estão sendo utilizadas para a construção dos módulos da plataforma P-55. O deckbox da plataforma, cuja montagem está em andamento no local, receberá os módulos e equipamentos que compõem a unidade. A união (mating) do casco inferior, que está sendo construído em Pernambuco, com o topside e a integração final da P-55 serão executadas em Rio Grande.
A partir do primeiro semestre de 2011 também deve começar a construção de oito cascos para plataformas do tipo FPSO. A Petrobras tem o direito de uso exclusivo do Polo por 10 anos, através de contrato de locação.
Dados do Polo Naval do Rio Grande
- Área total do Polo Naval: 430.000 m2- Área das oficinas: 20.000 m2 - Dimensões úteis do dique seco: 130,0 X 350,0 X 17,1 m- Área útil do Dique Seco: 45,5 mil m2
 -Comprimento do Cais Norte: 42 m
- Comprimento do Cais Sul: 350 m- Capacidade do pórtico: 600 t
- Capacidade da oficina de estruturas: 1.000 t/mês
- Capacidade da oficina de tubulação: 4.000 spools/mês (trechos de tubulações)
- Permite a construção de qualquer tipo de plataforma
Agência Petrobras
Extraído da Agência T1