domingo, 26 de junho de 2011

Código Florestal em debate: Palestra com Aldo Rebelo


Richard Jakubaszko
O deputado Aldo Rebelo proferiu palestra em Salvador, no Agrocafé, para falar sobre o Código Florestal.

Vale a pena assistir o vídeo abaixo e opinar. As alterações propostas estão sendo negociadas e serão levadas a plenário no Congresso, para discussão e aprovação, mas muita gente anda falando abobrinhas e absurdos a respeito das consequências sobre o meio ambiente e o agronegócio se for aprovado assim ou assado. O raciocínio não é linear ou simples como imaginam os ambientalistas e urbanos, que ignoram completamente a realidade, pois a complexidade dos problemas é gigantesca, e exige soluções alternativas viáveis.

A palestra é antológica, digamos assim, para ficarmos no comedimento. Registra passagens dramáticas ou saborosas da maratona feita por esse deputado federal, Brasil adentro, para ouvir de produtores rurais, ribeirinhos, gente do povo que vive da agricultura ou da pesca, sobre o que acontece em cada região. Ou sobre como a história legislativa elaborou erros e interpretações ao sabor dos tempos e interesses.

Me deu orgulho lembrar que votei nesse caboclo nas últimas eleições. Votei nele, não por pertencer ao PCdoB, de SP, mas pelo fato de ser o relator do Código Florestal, e pelo trabalho que vem realizando para harmonizar e compatibilizar interesses tão díspares como os que estão envolvidos nesse projeto do Código Florestal. Se não houver o devido cuidado haverá um engessamento da produção de alimentos no Brasil, com a criação de um monstro legal, um nó górdio quase impossível de ser desamarrado no futuro breve desta nação. Tudo isso porque as emoções têm dominado todos os cenários de debate de assunto tão importante aos brasileiros.

Uma das verdades, jamais citadas pelos debatedores dessa insanidade contemporânea que é esse projeto, é que se o Código Florestal for aprovado com a ótica ambiental restritiva, além de se engessar a agropecuária, em propriedades de qualquer tamanho, colocará uma pá de cal nas pretensões de se realizar a reforma agrária neste país, porque inviabilizaria a pequena propriedade rural. Esta a principal razão política de Rebelo ter sido indicado como relator desse projeto de lei. Talvez ele passe para a história como o comunista que salvou - ou sepultou - a reforma agrária brasileira. Quem sabe, talvez, como o carrasco da agropecuária.

Ao leitor, antes de criticar ou bater palmas, assista a palestra de Rebelo, mas depois comente, participe de forma responsável. E lembre-se: seja qual for o mostrengo a ser aprovado no Congresso Nacional, seremos todos perdedores, porque a causa principal de todos os problemas sequer foi mencionada, e que é a superpopulação planetária

Mais uma vez, no Brasil, tentamos resolver os problemas atacando pelas bordas, de forma dissimulada, pois nunca vamos ao núcleo da questão.


Extraído do blog do Richard Jakubaszko

3 comentários:

  1. (comentário enviado por e-mail)

    Essa coisa pós-modern(eira)osa de atacá-lo pela retaguarda e pelos flancos - nunca de frente - por esses urbanoides encharcados de Guattari-mambembe/Glucksmann-o-sionista antipalestino et cataerva da pseudo-filosofia (de araque) só engrandece mais o alagoano do PCdoB paulista. E olhem que, estando sob o sistema chinês de Internet, não tenho como ver/ouvir a palestra, certamente uma aula de técnicas legislativas e legiferantes e de ocupação de territórios ex-florestais de mais de 200 anos (eucalipteiras australianas - peste vegetal que importamos - não formam florestas e enxugam lençois freáticos rapidamente).
    Abraços
    ArnaC

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  2. (comentário enviado por e-mail)


    A palestra é exatamente isso que vc não viu, aí na China, ArnaC, e entendeu tudo [risos, risos].

    O Aldo é emocionante pela aplicação comunista, em tudo que faz . Ele levantou TUDO que haja escrito sobre a coisa, desde as Leis Manoelinas. Falou de pelo menos três ou quatro estudos, de que a Marina Silva, a insuportável Natura-ecológica & Co. jamais ouviu falar. E vai acompanhando, passo a passo, as mudanças da lei. Nisso, faz um belo trabalho leninista. Aí, ele põe o pé na estrada e anda de porta em porta, pelo interiorzão. Nisso faz um belo trabalho de trem trotskista.


    Espinafra as ONGs, cuja ação ele também conhece pelo avesso -- quer dizer, pelo que vê, das ONGs, pelo interiorzão, como vê quem tenha olhos de ver melhor que a D. Danuza. Conta de uma viagem do Carlos Minc, então ministro do meio ambiente, patrocinada pelo Green Peace, na qual o aparato do Green Peace era muito maior que o do ministério do Minc (helicópteros, "segurança" etc.).

    E conclui que a proposta dele (Aldo) não é a salvação do mundo, mas, só, um primeiro passo pra começar a dar jeito nos problemas que há.

    A parte mais impressionante é a troca de conceitos, nos anos 80s (e quando mais poderia ter sido, né-não?), da definição de Reserva Legal ECONÔMICA (que assegurava que os pequenos proprietários pudessem tirar de lá o necessário para a sobrevivência), para Reserva Legal ECOLÓGICA. Nessa mudança é que se criaram os zilhões de pequenos proprietários que hoje, depois de 30 anos de "ecológicos", devem TUDO (e mais um pouco, pq as multas são mais altas que o valor de venda das propriedades), em multas.


    Porque a nova definição de reserva legal ECOLÓGICA (à moda da Marina Silva, a insuportável, "ecológica" à Al Gore & cabelão-de-crente) proíbe que os pequenos proprietários tirem de lá até um "pé de pau pra fazer um cabo de enxada". Dado que muitos continuaram a tirar dessas novas reservas ecológicas o que têm de tirar de lá, pq se não tirarem não vivem, TODOS os pequenos proprietários viraram "criminosos ecológicos" e estão devendo TUDO o que têm, em multas.

    Vila Vudu(cont)

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  3. (cont) (comentário enviado por e-mail)

    Nessas condições, os pequenos proprietários (carregados de multas e com a propriedade comprometida, pq, para pagar as multas, eles terão de vender TUDO) não conseguem financiamentos e empréstimos para semear e plantar, pq o Banco do Brasil não empresta pra quem tenha multas (porque comprometem a propriedade, que tem de ser dada como garantia dos financiamentos), et pour cause.

    No geral, as mudanças propostas são muito complexas, pra serem explicadas por Tweet, em msgs de 141 caracteres... Mas as respostinhas-surto, sim, elas cabem em 141 caracteres.


    Isso explica que os slogans de repetição fascistizantes sejam rapidamente difundidos e passem a ser repetidos por zilhões de "éticos" e "ecologicos" e petistas surtados. E isso, sim, interessa aos ruralistas.

    Prá piorar, o Aldo é comunista, portanto é estatista; e é nacionalista e é desenvolvimentista. Basta esses 'istas, para arrepiar as penas metidas a 'libertárias' de alguns, que são tão anti-Estado quanto, todos, vivem de empregos NO ESTADO; de todos os anticomunistas replicadores da propaganda anticomunista da Guerra Fria; e de "nômades" à Deleuze, só que sem lutas, sem riscos e sem vergonha na cara -- e da mídia-empresa e de blogs-empresa que, todos, borram nas calças de medo de perderem a simpatia das "ecologias" e "éticas" e deleuzismos mainstream. Pobre Deleuze, no frigir dos ovos!

    Boa empreitada, hoje, no Brasil, seria os deleuzistas do Rio de Janeiro resolverem que é mais deleuzista DEVORAR Deleuze antropofagicamente, do que se por a Ivana, em surto, aí, a declarar que "Deleuze disse que tudo é capitalismo". Ora bolas! Acorda, Ivana! Quem disse isso foi Marx!

    Marx não escreveu livro chamado "Das Komuna". Ele escreveu livro chamado "Das Kapital". E disse e mandou inverter a ganga. Quem disse que tudo é capitalismo e mandou PRESERVAR e REPETIR a ganga, foi a escola de economia de Chicago.

    Bom. A luta é, como sempre foi, exatamente essa: os pobres sempre tivemos de lutar, mais que tudo, contra a ideologia. E a luta continua. Chegaremos à fartura!

    Vila Vudu

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