quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Crise sistêmica global: Primeiro semestre de 2012 - Dizimação dos bancos ocidentais, GEAB no. 58

por GEAB no. 58 [*]

Como antecipado pelo LEAP/E2020, o segundo semestre de 2011 vê o mundo continuar sua descida infernal na deslocação geopolítica global caracterizada pela convergência das crises monetária, financeira, econômica, social, política e estratégica.

Depois um ano de 2010 e um princípio de 2011 que viram o mito de uma retomada e de uma saída da crise voar em estilhaços, doravante é a incerteza que domina os processos de decisão tanto dos Estados como das empresas e dos indivíduos, gerando inevitavelmente uma inquietação crescente para os próximos anos.

O contexto presta-se particularmente a explosões sociais, paralisia e/ou instabilidade política, retorno da recessão mundial, medo acerca dos bancos, guerra monetária, desaparecimento em três meses de mais de uma dezena de trilhões (10 12) de dólares de ativos-fantasmas, desemprego duradouro e em alta generalizada.

É este ambiente financeiramente muito insalubre que vai gerar a “dizimação [1] dos bancos ocidentais” no decorrer do primeiro semestre de 2012: com a sua rentabilidade em queda livre, seus balanços em plena ruína, com o desaparecimento dos milhões de milhões de dólares de ativos, com Estados a pressionarem cada vez mais a regulamentação estrita das suas atividades [2], mesmo à sua colocação sob tutela pública e com opiniões públicas cada vez mais hostis, o cadafalso já está montado e pelo menos 10% dos bancos ocidentais [3] terão de passar por ele nos próximos trimestres.

Entretanto, neste ambiente cada vez mais caótica na aparência, delineiam-se tendências, surgem perspectivas por vezes positivas e, sobretudo, a incerteza é muito menos forte do que se poderia acreditar, desde que se analise a evolução do mundo com uma grelha de leitura do mundo-de-após-a-crise ao invés de analisá-la com os critérios do mundo-de-antes-da-crise.

Neste No. 58 do GEAB, nossa equipe apresenta igualmente suas antecipações 2012-2016 dos “riscos-país” para 40 Estados, demonstrando que se pode descrever as situações e identificar as tendências pesadas através da atual “neblina de guerra” [4].

Num tal contexto, esta ferramenta de ajuda à decisão verifica-se muito útil tanto para o investidor individual como para o decisor econômico e político. Nossa equipe apresenta igualmente a evolução do GEAB $ Index e suas recomendações (ouro-divisas-imóveis) e inclusive, naturalmente, os meios para se proteger das consequências da próxima “dizimação dos bancos ocidentais”.

Para este comunicado público do GEAB nº 58, nossa equipe escolheu apresentar um extrato do capítulo sobre a dizimação dos bancos ocidentais no primeiro semestre de 2012.

Primeiro semestre de 2012: Dizimação dos bancos ocidentais

De fato, tratar-se-á de uma tripla dizimação [5] que culminará com o desaparecimento de 10% a 20% dos bancos ocidentais no decorrer do próximo ano:

·        uma dizimação dos seus efetivos de pessoal
·        uma dizimação dos seus lucros
- e, por fim,
·        uma dizimação do número de bancos.

Ela será acompanhada naturalmente de uma redução drástica do seu papel e da sua importância na economia mundial e afetará diretamente os estabelecimentos bancários das outras regiões do mundo assim como os demais operadores financeiros (seguros, fundos de pensão, etc.).


Gráfico 1.
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Nossa equipe poderia abordar este assunto tal como o fazem os media anglo-saxônicos, o presidente dos Estados Unidos e seus ministros [7], os peritos de Washington e da Wall Street e, mais genericamente, os grandes [8] midia nestes últimos tempos a propósito de todos os aspectos da crise sistêmica global, ou seja, dizendo: “A culpa é da Grécia e do euro!”.

Isso evidentemente teria a virtude de reduzir a algumas linhas esta parte do GEAB nº 58 e de suprimir toda veleidade de análise de eventuais causas nos Estados Unidos, no Reino Unido ou no Japão. Mas, sem surpresa para os nossos leitores, esta não será a escolha feita pelo LEAP/E2020 [9].

Sendo o único think tank a ter antecipado a crise e previsto bastante fielmente suas diferentes fases, não vamos abandonar hoje um modelo de antecipação que funciona bem em favor de preconceitos desprovidos de toda capacidade previsiva (não esqueçamos que o Euro continua a portar-se bem [10] e que a Eurolândia acaba de realizar seu pequeno feito de conseguir em seis semanas as 17 votações parlamentares necessárias para o reforço do seu fundo de estabilização financeira [11]).

Assim, ao invés de repetir a propaganda ou o “pronto-a-pensar” (prêt à penser), permanecemos fieis ao método de antecipação e aderimos a uma realidade que é preciso desvelar para poder ser compreendida [12].

No caso, desde há muito, quando se pensa “bancos” pensa-se sobretudo na City de Londres e na Wall Street [13]. E por essa razão, desde há mais de dois séculos para Londres e perto de um século para Nova York, estas duas cidades são os dois núcleos do sistema financeiro internacional e os covis por excelência dos grandes banqueiros do planeta. Toda crise bancária mundial (assim como todo fenômeno bancário de envergadura) tem, portanto como fonte estas duas cidades e nela também termina o seu curso, uma vez que o moderno sistema financeiro mundial é um vasto processo de incessantes reciclagens da riqueza (virtual ou real) desenvolvida por e para estas duas cidades [14].

A dizimação dos bancos ocidentais que agora começa e vai prosseguir nos próximos trimestres, fenômeno de amplitude histórica, não pode, portanto, ser compreendida e medidas sem analisar antes de mais nada o papel da Wall Street e de Londres nesta derrocada financeira. A Grécia e o Euro desempenham inegavelmente um papel como analisamos nos GEAB anteriores, mas são fatores que a disparam: a dívida da Grécia de hoje corresponde às torpezas bancárias de ontem que agora explodem na praça pública; o Euro é o aguilhão do futuro que fura o inchaço financeiro atual. Trata-se dos dois dedos que apontam o problema; mas eles não são o problema. É isto que o sábio sabe mas que o idiota ignora, conforme o provérbio chinês [15].

Para antecipar o futuro dos bancos ocidentais é efetivamente Londres e Wall Street que é preciso olhar, pela simples razão de que é nesses lugares que se agrupa a manada bancária e vem beber a sua dose de dólares todas as tardes. E o estado do sistema bancário ocidental pode ser medido através da evolução do pessoal efetivo dos bancos, da sua lucratividade e dos seus acionistas. Destes três fatores podem-se deduzir muito diretamente sua aptidão a sobreviver ou desaparecer.

A dizimação dos eletivos dos bancos

Comecemos pelos eletivos de pessoal! Neste assunto o quadro é bem sombrio, pois os empregados do setor bancário (e doravante até mesmo para as “stars” do sistema bancário): desde meados de 2011 Wall Street e Londres anunciam sem interrupção demissões maciças, seguidas pelos centros financeiros secundários como a Suíça e os bancos europeus ou japoneses.

No total são várias centenas de milhares de empregos bancários que desapareceram em duas vagas: 2008-2009 primeiro, depois a partir do fim da Primavera deste ano. E esta segunda vaga sobe em potência à medida que se passam os meses. Com a recessão global agora em curso, a secagem dos fluxos de capital para os EUA e o Reino Unido decorrentes das mudanças geopolíticas e econômicas em curso [16].
As imensas perdas financeiras destes últimos meses e as regulamentações de todo gênero que progressivamente “quebram” a banca super lucrativa e o modelo financeiro dos anos 2000, os dirigentes dos grandes bancos ocidentais já não têm escolha: precisam limitar seus custos de qualquer maneira e o mais rapidamente possível e em proporções importantes. A solução mais simples (além daquela de superfaturar seus clientes) é, portanto demitir dezenas de milhares de empregados. E é o que se passa. Mas longe de ser um processo dominado, constata-se que a cada seis meses ou quase os dirigentes dos bancos ocidentais descobrem que haviam subestimado a amplitude dos problemas e que, portanto são obrigados a anunciar novas demissões em massa.

Com a perfeita tempestade político-financeira que se anuncia nos Estados Unidos para Novembro e Dezembro próximos [17], o LEAP/E2020 antecipa assim uma nova série de anúncios deste tipo a partir do início de 2012.

Os cost-killers do setor bancário têm belos trimestres diante de si quando se vê que o Goldman Sachs, que é igualmente afetado de modo direto por esta situação, está reduzido a limitar o número de plantas verdes nos seus escritórios a fim de poupar dinheiro [18]. Ora, depois de se erradicarem as plantas verdes geralmente são os pink slips [19] que florescem.

A dizimação do número de bancos

De certo modo, o sistema bancário ocidental assemelha-se cada vez mais à siderurgia ocidental dos anos 1970. Assim, os “mestres das forjas” acreditavam serem os mestres do mundo (contribuindo ativamente para o desencadeamento das guerras mundiais), assim como nossos “grandes banqueiros de investimento” tomaram-se por Deus (a exemplo do presidente do Goldman Sachs) ou pelo menos por mestres do planeta. E a indústria siderúrgica foi a “ponta-de-lança”, a “referência econômica absoluta”, da potência durante várias décadas.

Contava-se a potência em dezenas de milhões de toneladas de aço assim como se contaram nestas últimas décadas a potência em milhares de milhões de dólares em bônus para dirigentes e traders dos bancos de investimentos. E depois, em duas décadas para a siderurgia, em dois/três anos para a banca [20], o ambiente mudou: concorrência agravada, lucros que se fundem, demissões em massa, perda de influência política, fim das subvenções maciças e finalmente nacionalizações e/ou reestruturações dando lugar a um setor minúsculo em relação àquilo que era no seu momento de glória [21]. De certo modo, portanto, a analogia aplica-se ao que espera o setor bancário ocidental em 2012/2013.
Gráfico 2.

Em Wall Street, o Goldman Sachs, Morgan Stanley, JPMorgan em 2008 já haviam tido de se transformar subitamente em “bancos normais” para serem salvos. Na City, o estado britânico teve de nacionalizar uma grande parte do sistema bancário do país e neste momento o contribuinte britânico continua a suportar o custo, uma vez que as cotações das ações dos bancos afundaram novamente em 2011 [22]. Trata-se igualmente de uma das características do sistema bancário ocidental no seu conjunto: estes operadores financeiros privados (ou cotado nos mercado) já não valem praticamente mais nada. A sua capitalização via Bolsa de Valores esfumou-se.

Isso, naturalmente, cria uma oportunidade de nacionalização a baixo custo para o contribuinte a partir de 2012, pois esta é a escolha que se vai impor aos Estados, tanto nos Estados Unidos como na Europa e no Japão.

Quer seja, por exemplo, o Bank of America [23], o CitiGroup ou Morgan Stanley [24] nos Estados Unidos, o RBS [25] ou o Lloyds no Reino Unido [26] , a Société Générale em França, o Deustsche Bank [27] na Alemanha ou o UBS [28] na Suíça [29] , certos estabelecimentos muito grandes, “too big to fail” (demasiado grandes para cair) vão cair.

Eles serão acompanhados por toda uma série de bancos médios ou pequenos como, por exemplo, o Max Bank que acaba de entrar em falência na Dinamarca [30].

Face a esta “dizimação” os meios dos Estados serão rapidamente ultrapassados, sobretudo neste período de austeridade, de fraca arrecadação fiscal e de impopularidade política do salvamento bancário [31].

Os dirigentes políticos vão, portanto, ter de se concentrar na preservação dos interesses dos poupadores [32] e dos empregados (dois aspectos com forte potencial eleitoral positivo) ao invés de salvaguardar os interesses dos dirigentes e dos acionistas dos bancos (dois aspectos com forte potencial eleitoral negativo e cujo precedente de 2008 demonstrou a inutilidade econômica [33]).

Esta situação implicará um novo afundamento das cotações dos valores financeiros (e inclusive os seguros, considerados muitos “próximos” do contexto bancário) e agravará a perturbação dos hedge-funds, fundos de pensão [34] e outros operadores tradicionalmente muito entrelaçados ao setor bancário ocidental.

Não há dúvida de que isso não fará senão reforçar o contexto de recessão geral limitando os empréstimos à economia [35].


Gráfico 3.

Para simplificar a visão desta evolução, pode-se dizer que com o mercado bancário ocidental reduzindo consideravelmente o seu perímetro, o número de atores neste mercado é obrigado a diminuir proporcionalmente.

Em certos países, em particular aqueles em que os grandes bancos açambarcam 70% ou mais do mercado bancário, isso vai traduzir-se inevitavelmente pelo desaparecimento de um ou outro destes atores muito grandes, seja o que for que digam os seus dirigentes, os testes de stress ou as agências de notação [36].

Se se é acionista [37] ou cliente dos bancos que correm o risco de afundar-se no primeiro semestre de 2012, há naturalmente precauções a tomar.

Nós apresentamos várias entre as recomendações deste GEAB nº 58.

Se se é dirigente ou empregado destes estabelecimentos, as coisas são mais complicadas por já é demasiado tarde segundo o LEAP/E2020 para evitar estas bancarrotas em série; e o mercado do emprego bancário está saturado devido a demissões maciças. Entretanto, eis um conselho da nossa equipe para quem é empregado nestes estabelecimentos: se receber uma oferta de afastamento voluntário interessante aceite-a, pois daqui a alguns meses os afastamentos não serão mais voluntários e serão feitos em condições pouco favoráveis.

15/Outubro/2011

Notas de rodapé:

(1) A dizimação era um castigo militar romano. Consistia em punir com a morte um legionário em cada dez quando o exército havia dado provas de covardia no combate, de desobediência ou de comportamento inaceitável. O sistema romano da dizimação funcionava por escolha ao acaso.

(2) Regulamentações que amputam fortemente as atividades mais lucrativas dos bancos. Fonte: The Independent , 12/10/2011

(3) Nossa equipe estima a proporção antes entre 10% e 20%.

(4) Neblina de guerra à qual os midia dominantes contribuem fortemente ao invés de tentar esclarecer a situação.

(5) Tomando o sentido de dizimação numa acepção vasta, ou seja, uma diminuição brutal podendo ser amplamente superior aos 10% da época romana.

(6) Para o LEAP/E2020, este tipo de classificação em nada pressagiam acontecimentos uma vez que o choque em curso é muitíssimo superior em intensidade e duração às hipóteses dos testes de stress. Isso vale igualmente para os bancos americanos, naturalmente.

(7) Daqui em diante tudo serve para Barack Obama, em posição difícil para a futura eleição presidencial devido ao seu balanço econômico catastrófico e à decepção profunda de uma grande parte do seu eleitorado de 2007 devido às suas múltiplas promessas não mantidas. Ele tem de tentar rejeitar a qualquer preço, não importa sobre quem ou o que, o estado desastroso da economia e da sociedade americana. Então, porque não a Grécia e o Euro? Quando isso não funcionar mais (dentro de um mês ou dois), ele terá de encontrar outra coisa. Mas sendo a gestão de vista curta uma especialidade da administração Obama, não há dúvida de que a fiel ligação da Wall Street que é Timothy Geithner, seu ministro das Finanças, encontrará outra explicação.
Em qualquer caso, ela não será a culpa da Wall Street – com ele ao menos se pode ter certeza disso. Se não, a administração Obama poderá sempre recorrer ao “espectro iraniano” para tentar desviar a atenção dos problemas internos nos Estados Unidos. Isto é, aliás, o que parece ocorrer na atualidade com a história fantástica da tentativa de assassinato do embaixador saudita em Washington por narcotraficantes mexicanos pagos pelos serviços iranianos. Mesmo Hollywood hesitaria diante da improbabilidade de um tal cenário. Mas para salvar o soldado “Wall Street” e tentar uma reeleição, o que é que não se faria? Fontes: Huffington Post, 26/07/2011; NBC, 13/10/2011

(8) Estes grandes midia (financeiros ou generalistas) têm, com efeito, um passado brilhante em matéria de antecipação da crise. Todos se recordam certamente dos seus títulos em 2006 alertando contra a crise das subprimes, em 2007 anunciando a “implosão” da Wall Street em 2008 e, naturalmente, no princípio de 2011, prevenindo de um grande retorno da crise a partir do Verão de 2011!
Não, ninguém se recorda? Nada de pânico, a falha não é da memória... Pois eles nunca apresentaram tais títulos, nunca preveniram destes acontecimentos maiores e das suas causas. Então, se persistirmos em considerar que, como eles repetem todos os dias, os problemas atuais têm como causa “a Grécia e o Euro”, é porque acreditamos que eles subitamente tornaram-se honestos, inteligentes e perspicazes e, portanto também devemos acreditar no Papai Noel pela mesma lógica. Isto é encantador, mas não muito eficaz para enfrentar o mundo real.

(9) Nossa equipe analisou desde há muito os problemas europeus e antecipou mais corretamente a evolução da crise no “Velho continente”. Em contrapartida, tentamos evitar ser vítimas da síndrome da árvore europeia a esconder a floresta de problemas maiores americanos e britânicos.

(10) Pequena recordação pedagógica: aqueles que apostaram num afundamento do Euro há um mês perderam dinheiro novamente. Ao ritmo de “crise do fim do Euro” a cada cerca de quatro meses, não lhes vai restar muito daqui até 2012.

(11) Ao passo que os Estados Unidos, por exemplo, não foram capazes de demonstrar a sua capacidade para ultrapassar as oposições entre republicanos e democratas quanto ao controle dos seus déficits.

(12) A este respeito, é consternador ver o G20 preocupar-se com o Euro quando a questão do futuro permanece o Dólar. Visivelmente, a imensa operação de manipulação midiática lançada por Washington e Londres terá conseguido repelir por mais algum tempo a inevitável colocação em causa do estatuto central da divisa dos EUA. Como antecipado pela nossa equipe, não há nada a esperar do G20 até o fim de 2012. Ele vai continuar a perorar, a pretender agir e, de fato, ignorar as questões chave, aquelas que são as mais difíceis de por sobre a mesa. Os anúncios recentes de um aumento dos meios do FMI fazem parte destes discursos vazios que não serão seguidos de efeitos, pois os BRICs (os únicos a poderem aumentar os fundos do FMI) não colocarão os seus meios financeiros numa instituição em que eles continuam a ser marginais em termos de influência. Enquanto isso, estes anúncios fazem crer que existe sempre uma vontade comum de ação em nível internacional. O despertar será tanto mais doloroso nos próximos meses.

(13) Se pensa na Grécia é porque é grego ou dirigente / acionista de um banco tendo emprestado demasiado a este país nos últimos dez anos.

(14) E de certo modo também para os dois Estados afetados. Mas é um aspecto já mais discutível, e na verdade amplamente discutido, saber se tais praças financeiras são uma bênção ou uma maldição para os Estados e os povos que os acolhem.

(15) Fonte: L'Internaute

(16) Entre a integração acrescida da Eurolândia que priva a City de mercados sumarentos e a aproximação econômica, financeira e monetária dos BRICs, curtocircuitando a Wall Street e a City, são partes crescentes do mercado financeiro global que escapam aos bancos de Londres e Nova York.

(17) Ver GEAB N°57

(18) Fonte: Telegraph, 19/08/2011

(19) Nos Estados Unidos, o “pink slip” é o formulário cor de rosa que significa demissão. Fonte: Wikipedia

(20) É preciso mais tempo para deslocalizar indústria pesada do que para deslocalizar um escritório de trader.

(21) Este é aproximadamente o processo seguido nos Estados Unidos e na Europa.

(22) Ver gráfico acima.

(23) O Bank of America está decididamente na confluência de problemas grandes e crescentes: um processo exigindo-lhe 50 bilhões de dólares por dissimulação de perdas quando da aquisição do Merrill Lynch no fim de 2008; uma rejeição popular maciça por parte dos seus clientes seguida da sua decisão de impor um custo de US$5 por mês para os cartões de débito; um crash duradouro e inexplicado do seu sítio web; processos em série referentes às subprimes implicando proprietários individuais e coletividades locais; e uma ameaça de levar à falência o Countrywide, uma das suas aquisições de 2008, a fim de limitar as suas perdas. De acordo com o LEAP/E2020, ele encarna o banco estadunidense ideal para um cenário de crash entre Novembro de 2011 e Junho de 2012. Fontes: New York Times, 27/09/2011; ABC, 30/09/2011; Figaro, 29/06/2011; CNBC, 30/09/2011; Bloomberg, 16/09/2011

(24) O banco dos EUA que em 2008 havia recebido o maior apoio financeiro público e que novamente põe em pânico os mercados. Fontes: Bloomberg, 30/09/2011; Zerohedge, 04/10/2011

(25) Um dos bancos mais vulneráveis na Europa. Fonte: Telegraph, 14/10/2011

(26) Que vê aproximar-se, para ele também, a hora da degradação da sua classificação de crédito. Fonte: Telegraph, 12/10/2011

(27) O primeiro banco alemão já está exposto a um abaixamento da sua classificação de crédito. Fonte: Spiegel, 14/10/2011

(28) O UBS também está a caminho de uma baixa da sua classificação de crédito. Fonte: Tribune de Genève, 15/10/2011

(29) O Société Générale, o Deutsche Bank e o UBS têm um ponto comum particularmente inquietante: todos os três correram ao “El Dorado” estadunidense durante a última década, investindo como marinheiros bêbados na bolha financeira estadunidense (o Deutsche Bank em subprimes, o Société Géneral em CDS e o UBS em evasão fiscal). Hoje, eles não sabem como sair deste torvelinho que a cada dia os puxa um pouco mais para o fundo. Diga-se de passagem, recordamos, que desde 2006 recomendávamos aos estabelecimentos financeiros europeus que se desenvencilhassem o mais rapidamente possível dos mercados americanos que considerávamos muito perigosos.

(30) Fonte: Copenhagen Post, 10/10/2011

(31) Mesmo a BBC, certamente marcada pelos tumultos britânicos do Verão de 2011, coloca-se uma questão “impensável” há apenas um ano atrás para este tipo de midia: podem os Estados Unidos experimentar perturbações sociais? Colocar-se a questão já é respondê-la. E na Europa, um país como a Hungria, com governo social-nacionalista, acusa diretamente os bancos, nomeadamente estrangeiros, de serem responsáveis pela crise experimentada pelo país. Fonte: BBC, 20/09/2011 ; New York Times, 29/10/2011

(32) Dos quais um número crescente começa a rebelar-se contra as práticas do sistema bancário, nomeadamente nos Estados Unidos onde a rejeição da Wall Street está em crescimento exponencial, fragilizando cada dia um pouco mais os grandes bancos estadunidenses. Fontes: CNNMoney, 11/10/2011; MSNBC, 10/11/2011

(33) E é mesmo pior do que a inutilidade econômica uma vez que um estudo recente mostra que os bancos que se beneficiaram dos apoios públicos mostraram-se a seguir os mais inclinados a realizar investimentos arriscados. Fonte: Huffington Post, 16/09/2011

(34) Os fundos públicos de pensão nos Estados Unidos estão doravante confrontados com um abismo financeiro avaliado em 1000 e 3000 mil milhões de dólares. As autoridades públicas dos EUA preferirão salvar os bancos ou as pensões de reforma dos funcionários? Pois será preciso escolher dentro em breve. Fonte: MSNBC, 23/09/2011

(35) Fonte: Telegraph , 02/10/2011

(36) Nenhum destes grandes bancos está apto a resistir às condições de recessão mundial e de fusão implosiva dos ativos financeiros que irão prevalecer nos próximos meses.

(37) Também teríamos podido desenvolver o fato de que se assiste a um processo de “dizimação dos acionistas dos bancos”.

[*] Global Europe Anticipation Bulletin

Esta tradução foi extraída de Resistir

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