sábado, 12 de maio de 2012

Fala a China: “O futuro do Afeganistão”


3/5/2012, Xinhuanet, Pequim
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

O pacto de parceria estratégica firmado entre os EUA e o Afeganistão durante a visita secreta do presidente Barack Obama àquele país da Ásia Central na 3ª-feira (1º de maio) está sendo interpretado como o início de novo capítulo nas relações EUA-Afeganistão e como medida para pavimentar o caminho para que os militares dos EUA permaneçam na Ásia Central depois da retirada das tropas da OTAN em 2014.

A visita de Obama, no aniversário da morte de Osama bin Laden, também pode ser interpretada como um sinal de que os EUA desejam confirmar, para o resto do mundo, que continuam empenhados em combater o terrorismo.

Obama e Karzai celebram tratado no aniversário da morte de Bin Laden
Mas, dados os graves desafios que EUA e seus aliados ainda enfrentam no Afeganistão, há longo caminho a percorrer, antes que se vejam avanços na situação de segurança naquele país. Verificar se os EUA poderão trabalhar com o lado afegão para estabilizar o país depois da retirada da OTAN será um teste para a estratégia e a credibilidade dos EUA na região.

A coalizão de forças lideradas pelos EUA derrubou do poder o regime Talibã no final de 2001 e desde a década passada tenta erradicar de lá o grupo “terrorista”. Mas os militantes Talibã atacam as forças afegãs e da OTAN praticamente todos os dias.

Aquele pacto criticamente importante foi firmado apenas dois dias depois de os militantes Talibã terem lançado sua nova ofensiva de primavera em Kabul e em três outras cidades, dia 15 de abril. Os vários ataques coordenados deixaram 48 mortos, inclusive 36 atacantes, e 65 feridos, inclusive 25 civis.

Militantes Talibãs
Essa mais recente ofensiva dos Talibã reacendeu preocupações de que, depois de 10 anos de operações militares no Afeganistão as forças da OTAN lideradas pelos EUA ainda não tenham conseguido acertar qualquer golpe incapacitante contra o grupo “terrorista”. Os Talibã afegãos ainda conservam a capacidade para atacar a qualquer momento, infligindo pesadas baixas ao povo afegão. E há também abundantes evidências de que as operações dos Talibã tornam-se cada vez mais secretas e imprevisíveis.

Simultaneamente, os crimes e infrações cometidos por soldados norte-americanos no Afeganistão erodiram a credibilidade dos EUA no país e inflaram sentimentos antiamericanos, o que torna cada vez mais difícil para o governo afegão qualquer cooperação com a OTAN.

Tropas invasoras dos EUA enfrentam os Talibãs
Cerca de 130 mil soldados coordenados pela OTAN, entre os quais cerca de 90 mil soldados norte-americanos, devem deixar o Afeganistão até o final de 2014.

A assinatura do tratado de parceria estratégica com o Afeganistão é apenas o primeiro passo numa nova etapa da estratégia dos EUA para a região. Mas, para evitar que o Afeganistão seja deixado para trás ainda mergulhado em terrível confusão e em pleno caos, os EUA devem concentrar-se em reparar as brechas na segurança e buscar uma transição suave que leve à retirada das forças da OTAN.

Ilustrações colhidas na internet pela redecastorphoto

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