quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Netanyahu: vitória de Pirro


21/11/2012, M K Bhadrakumar*, Asia Times Online
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Considerada à primeira vista, a operação de lançar novo assalto contra Gaza parece movimento vitorioso. Como se Israel tivesse acertado todos os tiros, 10 em 10, em sua “Operação Pilar da Defesa”. Mas é vitória de Pirro.

Faz lembrar a ilusão de segurança que as bruxas inventam em MacBeth de William Shakespeare: “Só o poder de homem não nascido de mulher pode ferir Macbeth”. O impossível, de fato, está bem perto de acontecer: “Macbeth não será derrotado, até que a Grande Floresta de Birnam erga-se contra ele e suba a montanha até Dunsinaine”.

Ahmed al-Jaabari
A ilusão é que os israelenses destruíram o quartel-general do Hamás e explodiram em pedaços Ahmed Jaabari, comandante militar do movimento, em assassinato premeditado, o que, aparentemente, enterraria o movimento da Resistência. Mas a dura realidade é outra: a mesma operação comprovou que o “Domo de Ferro” de Israel, anunciado como impenetrável, não passa de mito: foi facilmente penetrado por mais de 2/3 dos foguetes do Hamás. Agora... Será que só resta a Israel a invasão por terra?

O problema é que essa opção também se pode revelar mais um mito, o que se viu bem claramente em 2006 nas operações de Israel contra o Hezbollah no Líbano, cujos militantes quase sempre invisíveis, também dividem-se em vários subgrupos. A dura e clara realidade parece ser que, como já alertou o presidente Barack Obama dos EUA, “se soldados israelenses entrarem em Gaza, enfrentarão risco maior de serem mortos ou feridos”.  [1]

Verdade é que vê-se cada vez mais claramente que a realidade política pode tornar-se mais ameaçadora a cada minuto. Ao final do dia de ontem, Israel fez algo que jamais antes fizera em toda a sua história: sentou-se à mesa de negociações à procura de paz, apenas três dias depois de lançar ataque militar. [2]

10 de 10

Benjamin Netanyahu
O paradoxo está em que é verdade que Netanyahu não perdeu bala e acertou seus tiros no olho do alvo. É verdade que lançou o ataque contra o Hamás como propaganda da sua Grande Israel para o público interno e é bem possível que tenha melhorado a posição de seu partido Likud, dessa vez aliado ao ultranacionalista partido Yisrael Beitnu de Avigdor Lieberman para as eleições de janeiro próximo.

A popularidade do Likud estava em queda, e o partido já se via ameaçado pela aliança de oposição do partido Kadima do ex-primeiro-ministro de Israel Ehud Olmert, e do partido Yair Labed, do ex-ministro de Relações Exteriores Shaul Mofaz. Netanyahu avaliou, corretamente, que a sociedade israelense volta-se cada vez mais para a direita militarista, e um show de força sob sua liderança daria ao seu partido proeminência suficiente para roubar o vento das velas da oposição israelense.

Netanyahu pode agora jactar-se de que, sob sua liderança, Israel “degradou” a máquina de guerra do Hamás e enfraqueceu a ameaça que o grupo representa contra Israel. Pode dizer também que o Hamás vinha-se tornando cada dia mais ativo e que ele, Netanyahu, forçou o grupo a retroceder.

Há algum acerto na avaliação de Netanyahu, segundo a qual o afastamento entre o Hamás e Damasco (e também entre o Hamás e Teerã) ao longo do ano passado, criaria boa oportunidade para atacar Gaza. Os novos patrocinadores do Hamás – o Qatar, a Turquia, etc. – são conhecidos como cães que mais ladram que mordem, diferentes, nisso, de Síria e Irã. A guerra civil na Síria também cria alguma distância entre o Hamás e o Hezbollah, o que opera a favor de Israel.

Obviamente, os regimes sírio e iraniano estão reduzidos ao papel de coadjuvantes, quando poderiam ser dois atores protagonistas que fariam toda a diferença em relação à capacidade militar do Hamás. Assim, com o Iraque devolvido à Idade da Pedra e a Síria naufragada numa longa guerra civil, Israel só teria de preocupar-se com o Egito e estaria praticamente liberado para fazer o que bem entendesse no plano regional.

Mohamed Mursi
A mais importante conquista de Israel no atual conflito for ter conseguido engajar construtivamente o governo egípcio de Mohamed Mursi, da Fraternidade Muçulmana. Ter enviado dois negociadores israelenses ao Cairo mostra a facilidade com que Telavive engajou o governo de Mursi. Com toda a certeza, é mais que simples vitória simbólica para Telavive que Mursi, pela primeira vez, tenha sido obrigado a articular a palavra “Israel” em declaração pública no Cairo, numa conferência de imprensa, no domingo. [3]

Não há dúvidas de que EUA, a Liga Árabe e Israel estão confiando em Mursi para uma função de “mediação” – e para negociar um cessar-fogo. Do ponto de vista de Telavive, o que quer que se decida como condições para um cessar-fogo negociado hoje (ainda que sob os auspícios da ONU), carregará o selo implícito da aprovação de Mursi, e essa pode ser a abertura de que Israel precisa desesperadamente, pela qual possa ter esperança de arrancar-se (com a ajuda dos EUA) da enrascada em que está, de modo a readquirir capacidade para agir no plano físico e no plano da ONU, no próximo governo. Claro que nem Netanyahu sonha com a volta aos tempos de Hosni Mubarak, mas qualquer coisa é melhor que o atual nada.

Shimon Peres
Bem visivelmente, o presidente de Israel, Shimon Peres não perdeu tempo e apressou-se a colher as vantagens dessa janela de oportunidade, e abertamente elogiou os esforços de Mursi para por fim às hostilidades. Disse que “o Egito é player importante no Oriente Médio”. [4] Israel tentará, daqui em diante, minar os laços que ligam a Fraternidade Muçulmana e o Hamás, que cada dia mais se vai convertendo às políticas de Mursi para Gaza.

O conflito de Gaza também obrigou a opinião pública egípcia a encarar sua hora da verdade – que os egípcios estão sitiados numa espécie de terra-de-ninguém. As simpatias da rua egípcia vão integralmente para os palestinos, mas os egípcios não querem que a escalada na região arraste o Egito para conflito com Israel. Os egípcios sentem afinidades culturais com Gaza, mas estão muito aflitos ante a possibilidade de o enclave palestino virar local de produção de militantes que acabem por criar condições para nova guerra entre Egito e Israel.

No que tenha a ver com a Turquia, outro grande player regional, Israel obrigou o primeiro-ministro islâmico da Turquia, Recep Erdogan também indiretamente, a perceber o que está escrito pelos muros, a saber, que o Cairo, não Ancara, é o centro, hoje, de toda a diplomacia regional sobre o conflito em Gaza. O veterano e influente jornalista Murat Yetkin, escreveu no diário Hurriyet, órgão do establishment turco, que Ancara não está satisfeita com o “papel secundário” e com o doloroso reconhecimento de que a potência regional do Egito já ultrapassou a da Turquia. Escreveu ele, sobre a frustração que grassa em Ancara:

O papel do Egito na região volta à cena depois da Revolução Tahrir, e o governo do Egito é mais forte (...) A oposição síria, que começou nos campos de refugiados na Turquia, já declarou que considera o Cairo como seu quartel-general. A Primavera Árabe funcionou para o Egito e o país está nascendo das cinzas, outra vez, oferecendo modelo realista aos países árabes. E se Mursi conseguir salvar Gaza da ira de Israel, pode vir a ser um segundo Gamal Abdel Nasser, com o aval extra de ser eleito para o mundo árabe.

Recep Tayyip Erdoğan
O ataque israelense contra Gaza mudou a bússola da política do Oriente Médio. Com certeza obrigará a reavaliar as políticas turcas. E Israel espera que haja mais realismo de parte de Erdogan sobre os laços da Turquia com Israel. Israel anda dizendo que a fratura dos laços só feriu, até agora, interesses nacionais vitais da Turquia, na medida em que a partilha de inteligência está suspensa; e Ancara perdeu sua capacidade para mediar os conflitos no Oriente Médio.

Mas é caso ainda sem sentença definitiva. Erdogan também é demagogo. Sua retórica estridente ultrapassou em muito a de Mursi, quando Erdogan chamou Israel de “estado terrorista”, e passou a repetir que Telavive pratica “limpeza étnica”. Erdogan parece preferir surfar a crista da onda da opinião pública árabe, em vez de cuidar de algum “reset” nas relações turco-israelenses.

No geral, analisada a coisa do ponto de vista da política externa, Netanyahu parece ter colhido uma sequência de vitórias. De fato, o golpe mais “matador” envolveu Obama. Netanyahu forçou o presidente dos EUA a manifestar clara solidariedade a Israel no teatro do Oriente Médio, apesar das flagrantes diferenças que houve entre os dois, no ano passado, em vários campos, e inobstante a malfadada aliança com Mitt Romney, em momentos críticos da campanha eleitoral nos EUA – que muito irritou Obama.

Percepções e impressões fazem, sim, grande diferença na política do Oriente Médio e, mais uma vez, Netanyahu mostrou-se competentíssimo na arte de levar pelo nariz o governo dos EUA.

Netanyahu é atento observador da política dos EUA, e apostou que conseguiria forçar a mão de Obama, dado o completo controle que Israel tem sobre o Congresso dos EUA, a imprensa e os think-tanks, apesar dos sinais preocupantes que continuaram a aparecer, de tempos em tempos, de que o presidente Obama começava a trabalhar numa correção de curso na fracassada estratégia dos EUA para o Oriente Médio.

Netanyahu não errou. Aliás, a Operação Pilar da Defesa tem algo em comum com a sangrenta Operação Chumbo Derretido (dezembro de 2008): as duas surgiram imediatamente depois de vitórias eleitorais de Obama.

Avigdor Lieberman
Não é pouca coisa, também, que, exceto os países árabes, praticamente ninguém condenou o “direito de defesa” de Israel. Players influentes como Rússia, China e países europeus adotaram posição de neutralidade, com clamores de “restrição” dirigidos aos dois lados do conflito. Rússia e China, ambas, estão à espera de grandes oportunidades de negócios no mercado israelense. (Moscou também conta com as afinidades com Lieberman, imigrado da ex-União Soviética). Não há dúvidas de que os campos gigantes de petróleo e gás no Mediterrâneo catapultou Israel para o status de parceiro energético muito cortejado. Europeus, russos, chineses – o Leviatã é dor de cabeça para todos eles. Dito em outros termos, Israel não é mais amputado quádruplo com economia precária.

Contar as árvores

Finalmente, o conflito de Gaza pode ter sufocado o ameaçador movimento, pela Autoridade Palestina, de forçar uma votação na Assembleia Geral da ONU, dia 29/11, pelo reconhecimento de um Estado palestino – ação à qual Israel se opunha com unhas e dentes. Havia sinais crescentes de que Ramallah conseguiria mobilizar o apoio necessário, mas, no quadro regional em perpétua mudança, haverá agora pressões gigantescas sobre Mahmoud Abbas para que não obre na direção de aumentar as tensões.

Seja como for, os “ganhos” de Israel – políticos, diplomáticos e militares – acabarão por ser aferidos em relação às “perdas” que lhe custará ter atacado com tal fúria, com tal ira desmesurada e “desproporcional” os desamparados e miseráveis habitantes civis de Gaza. A imagem de Israel na comunidade mundial, sem dúvida, sofreu duro golpe. E haverá quem entenda que, feitas as contas, as perdas ultrapassam em muito os ganhos, e que a história apenas se repetiu – Israel responde em fúria e desespero sempre que tem de enfrentar realidades emergentes, o que nada resolve e pode, inclusive, complicar ainda mais o futuro.

É verdade, Israel pode ter reduzido a capacidade do Hamás em termos militares. Mas pode não passar de contragolpe, se tanto, apenas temporário para o Hamás, porque se deve considerar que, em pouco tempo, seus arsenais podem estar recompostos.

Mahmoud Abbas
A realidade em campo é que os foguetes do Hamás continuam a chover sobre Israel e Israel não tem informação aproveitável sobre de onde, precisamente, são lançados. Hoje, quem treme e pede paz é Israel, não o Hamás. Mais importante, o Hamás já conta com os foguetes iranianos, mais letais. O Hamás perceberá rapidamente que o apoio continuado do Irã vale o próprio peso, em ouro, agora que o Hamás busca alcançar o status de que goza o Hezbollah para forçar um confronto estratégico com Israel. É possível, em resumo, que Israel esteja empurrando o Hamás de volta para o abraço iraniano – o que Israel só tem motivos para temer.

Também em termos políticos e diplomáticos, o Hamás vence, de longe, a disputa. O bloqueio israelense contra Gaza não poderá ser mantido. A fila de ministros do Exterior estrangeiros que visitaram Gaza na 3ª-feira (20/11/2012), fala por ela mesma. Não há qualquer dúvida de que o Hamás pôs abaixo a estratégica dos israelenses, de “contenção”. Ironicamente, o que se viu foi que Israel já começou a “lidar” com o Hamás sem sequer se aperceber, enquanto o padrão dos contatos diplomáticos para por fim ao atual conflito vai-se desdobrando até aqui e pelos próximos dias.

Khaled Meshal
Israel já deve ter percebido que a paisagem política regional mudou fenomenalmente a favor do Hamás, a partir, simplesmente, do fato de que Khaled Meshal mostrava-se em conferência de imprensa ao vivo, no Cairo, no momento em que a fúria dos jatos israelenses atacava Gaza. Em forma resumida, pode-se dizer que a Primavera Árabe foi colheita amarga para Israel; e o crescimento do islamismo na região, sob o estandarte dos Irmãos da Fraternidade Muçulmana opera a favor do Hamás.

É possível que Israel, no processo, tenha empurrado o prato da balança, no campo palestino, a favor do Hamás e da Jihad Islâmica (contra o Fatah) como as genuínas vozes da Resistência. A posição do Irã parece afinal vitoriosa, agora que aliados secretos de Israel, como a Jordânia e as oligarquias do Golfo Persa, já estão obrigadas a lutar no contrapé.

A luta para forçar uma “mudança de regime” na Síria torna-se ainda mais complicada, na medida em que a agenda da Resistência avança. Movimentos frenéticos de britânicos e da União Europeia, essa semana, no charivari regional para oficializar o reconhecimento diplomático para a “nova” oposição síria, deixa ver o nervosismo generalizado no “ocidente”.

O xis da questão é que, enquanto a questão palestina permanecer no centro da mesa, o ocidente estará sobre furiosa pressão para “conter-se” e ver com objetividade a prioridade viciosa que tantos atribuem à “mudança de regime” na Síria... ao mesmo tempo em que o mesmo ocidente nada faz a respeito da questão mãe de todas as questões no conflito entre árabes e israelenses. É possível que Israel tenha prestado grave desserviço aos EUA, Grã-Bretanha e França e aos seus aliados regionais, quando chamou toda a atenção do mundo, outra vez, para o problema, ainda não resolvido, dos palestinos.

Assim também, enquanto o Egito talvez negocie um cessar-fogo para o atual conflito, que ninguém espere que ajude a manter o bloqueio de Gaza fechando a passagem de Rafah, ou dando sobrevida à cooperação de inteligência da era Mubarak. Vale dizer que Mursi pode ter simplesmente tentado lidar com as pressões presentes, enquanto seu movimento estratégico geral, na questão palestina e nas relações entre Egito e Israel permanece absolutamente o mesmo de sempre. Mursi também já mostrou competência e talentos táticos, e deve-se prever que manterá Israel sem saber com certeza quais suas intenções.

O teste limite será o Sinai, que é um barril de pólvora. Não há solução simples para pôr sob controle o Sinai sem-lei e os militantes se estão reagrupando onde os serviços egípcios de segurança não controlam absolutamente coisa alguma. Israel não tem escolhas fáceis à frente; e o ataque contra Gaza pode ter complicado as coisas ainda mais.

Nic Robertson
A falha fundamental, o erro, na estratégia de Netanyahu é não ver que o Oriente Médio é hoje região completamente diferente do que antes foi. Nas palavras de Nic Robertson, da CNN  [5]:

O Hamás ocupa hoje espaço completamente diferente. Ainda cercado nos becos superpopulosos de Gaza, onde foi eleito há seis anos, mas, agora, com muitos amigos fora de lá. O que mudou, mudou no rastro da Primavera Árabe que varreu de lá alguns tradicionais aliados de Israel e substituiu-os por governantes mais simpáticos aos Hamás (...). O Egito está longe de estar só na revolução regional que começa a isolar Israel...

Assim sendo, onde fica Israel, hoje? Posto em poucas palavras, embora Israel seja mais forte militarmente, está hoje em posição política muito mais fraca do que estava em 2009. A retórica do Egito hoje, embora ainda não se tenha aproximado de suspender o acordo de paz com Israel, já tomou, sim, nítido viés pró=-Hamás. Todo o mundo árabe, universalmente e há muito tempo, rejeita profundamente o modo como o estado de Israel trata os palestinos. Antes, a maioria dos líderes árabes eram ditadores e não precisavam fazer qualquer concessão à rua árabe. Hoje, isso mudou. Os novos governantes regionais pós-Primavera Árabe eleitos democraticamente, sabem muito bem que há radicais linha-dura à espreita, esperando uma oportunidade.

Obama parece compreender o problema que o encara face a face, e vê a imperiosa necessidade de cuidar de reestruturar, desde os fundamentos, todo o discurso dos EUA para o mundo muçulmano. Em sua primeira conferência de imprensa, depois de anunciado o resultado das eleições estava cheia de pistas do que passa por sua cabeça, no trabalho de modelar as políticas dos EUA para situações-problema como a Síria e o Irã.

Isso dito, Obama talvez estivesse mantendo reservados os seus pensamentos, quando Netanyahu jogou-o, precipitadamente, dentro da crise de Gaza, mas isso não significa que seus pensamentos venham a mudar muito. Ao contrário, é provável que Obama sinta a compulsão, antes do que Netanyahu imagina, de romper as amarras que tanto prejudicam os interesses de longo prazo dos EUA no Oriente Médio.

O ponto nuclear, central, de toda essa questão, é que a estratégia dos EUA para o Oriente Médio enfrenta hoje crise profunda. E a menos e até que as contradições mais fundamente enraizadas sejam expostas e resolvidas, os EUA não podem nem congregar nem dispersar os recursos que têm para “reequilibrá-los” na Ásia... onde se vai constituindo um desafio histórico que decidirá o destino mais amplo dos EUA como superpotência.

Há momentos em que, na prontidão para vencer uma batalha, ninguém vê que, ali, perdeu a guerra. O momento presente bem pode ser um desses. Netanyahu talvez tenha ganho a batalha e obrigado Obama a apoiá-lo, mas não demora e também Netanyahu perceberá que isso, de fato, nem vitória foi.



Notas de rodapé

[1]  18/11/2012, USA Today, em: Obama warns against ramping up in Gaza

[2]  20/11/2012, USA Today, em: Conflict puts Gaza blockade back on negotiating table

[3]  20/11/2012, Haaretz, em: When Morsi says 'Israel' out loud

[4]  19/11/2012, Ministério das Relações Exteriores de Israel, em: President Peres meets with Quartet Special Envoy Tony Blair

[5] 20/11/2012, CNN (vídeo, em inglês, a seguir) em: How Middle East has changed since last Gaza conflict

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MK Bhadrakumar* foi diplomata de carreira do Serviço Exterior da Índia. Prestou serviços na União Soviética, Coreia do Sul, Sri Lanka, Alemanha, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão e Turquia. É especialista em questões do Afeganistão e Paquistão e escreve sobre temas de energia e segurança para várias publicações, dentre as quais The Hindu,Asia Online e Indian Punchline. É o filho mais velho de MK Kumaran (1915–1994), famoso escritor, jornalista, tradutor e militante de Kerala.

2 comentários:

  1. Uma das avaliações mais inteligentes que já li.
    Sobre a geopolítica europeia para o oriente médio, comento aqui o que postei em outro blog:

    Depois que os Turcos chegaram às portas de Viena, o ocidente resolveu se proteger. Aproveitando-se do desejo de emancipação manisfestado pelos judeus desde "a questão Judaica" analisada por Marx, que se tornou mais tarde a ideologia do sionismo, colocou um bode judeu na sala do Islã.

    Assim, com a criação do enclave Israel no oriente médio, os europeus mataram dois coelhos com uma "caixa d'água" só. Mandaram os incômodos e estridentes judeus europeus incomodarem os muçulmanos em suas casas. Por isso o atual "apoio" da Europa a Israel.
    Somente para manter os" bárbaros" longe de suas fronteiras.
    Os sionistas caíram na armadilha. E hoje tem que se defender no ampliado Ghetto que se tornou Israel às custas da crescente antipatia mundial.
    Enquanto se matarem entre si (judeus e árabes), o negócio que já era bom para o ocidente, que fornece as armas, tornou-se, ainda por cima, lucrativo.
    Quem esquece as lições de Nicollo Maquiavelli tende a ser delas vítima.

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    1. Há um pequena atualização na geopolítica como você a vê. O "lobby" israelense nos EUA, agindo sob o manto da AIPAC, dispõe, hoje, do comando econômico, industrial, tecnológico e militar, "de facto", dos... EUA. É o rabo que balança o cachorro... E tem o petróleo e as matérias primas... Como se pode notar a questão Judaica é problema menor. SEMPRE siga, não só a grana, mas o PODER global.

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