quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Irã repudia linguagem da Casa Branca sobre acordo nuclear

23/1/2014, [*] Jim Sciutto , CNN
Traduzido, editado e comentado pelo pessoal da Vila Vudu

 

Matéria aqui editada, para resgatar o pouco que dela se aproveita – a fala do ministro Zarif do Irã – e livrá-la do fedor “jornalístico” à moda CNN, em tudo semelhante ao fedor “jornalístico” do Grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadão). 

Não concordamos com “desmantelar” nada, não estamos “desmantelando” nada, não “desmantelaremos” coisa alguma isso, precisamente, é o que diz o Ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, ao jornalista Jim Sciutto da CNN


Lê-se a matéria completa no “link” acima, mas da matéria nada se aproveita: é toda construída para que o público conheça a “opinião” do jornalista entrevistador, muito mais que do entrevistado. Assista vídeo a seguir (em inglês) com fragmentos da fala do ministro Zarif.


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Além dos fragmentos da fala de Zarif, ouvem-se toneladas de bobajol de opiniões dos jornalistas. [1] E a quem interessa opinião de jornalista da CNN, mais do que aos próprios jornalistas da CNN?! O que se aproveita da matéria está em negrito  a seguir:

A versão da Casa Branca, simultaneamente desqualifica as concessões e exagera os compromissos do Irã, disse Zarif em Davos, Suíça, onde está para participar do Fórum Econômico Mundial.

A Casa Branca tenta pintar o acordo como se não passasse de um “desmantelamento” do programa nuclear iraniano. Usam sempre a mesma palavra, repetidas e repetidas vezes. Por que não leem o texto do acordo? Se os senhores encontrarem lá uma única palavra que, mesmo remotamente, sugira “desmantelamento” ou que possa ser definida como “desmantelamento” de alguma coisa, naquele texto inteiro, volto aqui e peço desculpas pelo que lhe estou dizendo.

Comentando o que Kerry dissera antes, na 4ª-feira (22/1/2014) em Montreux, que “de nenhum modo” al-Assad será parte de um governo de transição buscado nas conversações de Genebra-2, o ministro Zarif perguntou:

Por que jamais conversamos sobre isso? E, mais: por que os sírios não são consultados sobre como farão eleições limpas, livres e justas? Por que há quem tente fixar sua própria agenda e impô-la ao povo sírio?

Sciutto pergunta então a Zarif sobre a visita que fez, semana passada, ao túmulo do líder do Hezbollah, Imad Mugniyah, no Líbano, onde depositou uma coroa de flores.

Zarif respondeu que sua visita tem de ser vista no mesmo contexto da delegação dos EUA que foi ao recente funeral de Ariel Sharon.

É decisão baseada nas percepções nacionais e em crenças nacionais. Mugniyah é figura reverenciada pela resistência à ocupação israelense e sempre chamou de “massacres” o ataque comandado por Sharon a palestinos e libaneses nos campos de Sabra e Shatila. Os iranianos entendemos que os massacres de Sabra e Shatila foram crimes contra a humanidade.



Nota dos tradutores
[1] No Brasil, a revista (não)Veja, em 25/11/2013, não satisfeita com desmantelar o que mais a interesse desmantelar, detona logo tudo: “Netanyahu defende desmantelamento da capacidade nuclear dos aiatolás” em: Israel enviará equipe aos EUA para discutir acordo com Irã. E em setembro, antes de serem ambos desmantelados, O Globo e Netanyahu pontificavam: Irã deve desmantelar seu programa nuclear militar.
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[*] Jim Sciutto é correspondente-chefe de segurança nacional da rede CNN que o entrevista. Sciutto é, praticamente, um Wacka da GloboNews, só que da CNN e com salário muuuuuuuuito maior que o do tal de Wacka.


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