domingo, 28 de dezembro de 2014

Ali Khamenei: “Muçulmanos devem confrontar o ISIL/ISIS/EI, denunciar o Império da Arrogância e armar a Palestina”

25/11/2014, Sayed Ali Khamenei, Guia Supremo da República Islâmica do Irã no Congresso Internacional sobre movimentos extremistas e takfiris
Enviado por Sayed Hasan e traduzido do francês pelo pessoal da Vila Vudu


Excerto: “As três tarefas urgentes” vídeo original
Versão original legendada em português a seguir:


[...] É nossa responsabilidade levar a bom termo algumas tarefas da mais alta importância. Durante esse Congresso de dois dias, os senhores, ilustres participantes, elaboraram e propuseram algumas soluções e especificaram certas responsabilidades. Cuidarei aqui de mencionar também duas ou três tarefas que não devem ser negligenciadas.

Primeira tarefa

Uma é que os teólogos do Islã têm de formar um movimento racional, global, de inteligência, que inclua todas as escolas islâmicas, que terá por objetivo cortar as raízes da corrente takfiri. Esse movimento não se deverá limitar a algumas escolas de pensamento [islâmicas]. Todas as correntes do Islã que creiam nessa religião e a considerem bem-vinda e a vejam com generosidade partilham esse responsabilidade. Todos os sábios do Islã devem lançar um grande movimento intelectual.

[O Estado Islâmico] entrou em cena sob a falsa pretensão de seguir “os piedosos predecessores” [al-Salafu al-Saleh]. Temos de demonstrar e provar que os piedosos predecessores sempre se opuseram radicalmente aos atos que eles perpetram e ao movimento que eles lançaram. Deve-se fazer isso recorrendo à linguagem da religião, do saber e da razão.

É vosso dever salvar os mais jovens. Muitos se deixam influenciar por esses pensamentos desviantes e desorientados. Esses infelizes supõem que estejam realizando boas ações. São a encarnação dos santos versos do Corão: “Quereis que vos inteire de quem são os mais desmerecedores, por suas obras? São aqueles cujos esforços se desvaneceram na vida terrena, não obstante crerem haver praticado o bem”. [Alcorão, 18, 103-104].

São a encarnação desses versos corânicos. Pensam, errados, que combatem na trilha de Deus. São os que dirão a Deus, no Dia do Julgamento Final: “Ó Senhor nosso, em verdade, obedecíamos aos nossos chefes, os quais nos desviaram da (verdadeira) senda. Ó Senhor nosso, redobra-lhes o castigo e amaldiçoa-os reiteradamente!”. [Alcorão, 33, 67-68].

[Os que combatem pelo Estado Islâmico] são esses miseráveis. Os que assassinaram um grande sábio na mesquita de Damasco são também desses. Os que decapitaram muçulmanos acusando-os de apostasia são também desses. Os que fazem correr, em atentados, o sangue de inocentes no Paquistão, no Afeganistão, em Bagdá e em diferentes vilas do Iraque, Síria, Líbano são dos que gemerão no Dia do Juízo Final: “Oh, Senhor, nos seguimos nossos chefes que nos desviaram da (verdadeira)senda. Castiga-os, Senhor, com duplo castigo”.

Em outro ponto do Santo Alcorão, Deus diz [aos que lhe pedem que duplique o castigo infernal] “o dobro será para todos” [Alcorão, 7, 38]. Todos vocês serão castigados, ao mesmo tempo os chefes e guias e os guiados. “Por certo que é real a disputa dos réprobos!”. [Alcorão, 38, 64]

Nesse dia, esses todos estarão em campos opostos e se enfrentarão. Por isso é necessário salvá-los [dessa provação]. Os jovens têm de ser salvos e essa é a responsabilidade dos sábios, porque eles estão em contato, ao mesmo tempo, com os intelectuais e com as massas. É necessário que se esforcem para salvar os mais jovens. Deus, o Altíssimo, interrogará os sábios no Último Dia: “O que fizeste?” É imperioso que os sábios ajam [desde já]. Essa é uma primeira tarefa imediata.

A segunda tarefa

A segunda tarefa extremamente urgente que tem de ser executada é chamar a atenção e destacar sempre o papel dos políticos arrogantes dos EUA e da Inglaterra.

O papel deles tem de ser destacado e explicado. Cada pessoa do mundo muçulmano deve conhecer o papel e a responsabilidade dos políticos dos EUA em tudo que tenha a ver com o Estado Islâmico.

Todos devem conhecer o papel dos serviços secretos norte-americanos, britânicos e do regime sionista, em todos os atos do movimento takfiri. Todo o mundo deve saber que o Estado Islâmico trabalha para eles; que o complô foi fomentado pela Arrogância [o Imperialismo Ocidental] e que essas correntes takfiris são ajudadas e financiadas por aquelas potências.

O Estado Islâmico recebe dinheiro dos regimes fantoches da região. São esses regimes fantoches que lhes fornecem dinheiro, mas o complô é fomentado pelo Imperialismo Ocidental, a Arrogância, e o resultado é, principalmente, que destroem esses infelizes jovens takfiris. Estão criando problemas sem precedentes para o mundo do Islã. E aí está a segunda tarefa a ser cumprida completamente, imediatamente.

A terceira tarefa

A terceira tarefa absolutamente inadiável é ocupar-se, como prioridade, da causa palestina. Não permitam que a causa da Palestina, da Santa Al-Qods (Jerusalém) e da Mesquita Al-Aqsa seja apagada e caia no esquecimento. Isso, precisamente, é o que eles desejam: querem que o mundo islâmico esqueça a causa palestina.

Já viram que, recentemente, o regime sionista declarou que a Palestina seria estado judeu. O regime sionista anunciou que a Palestina seria estado judeu. É o que sempre tentaram, já faz muito tempo.

Agora, apenas o declararam abertamente. Aproveitando-se da ignorância e da apatia do mundo muçulmano, das massas, das populações dos países muçulmanos, depois de ter ocupado a Santa Al-Qods (Jerusalém) e a Mesquita Al-Aqsa, o regime sionista continua a enfraquecer os palestinos, o mais que consiga.

Temos de nos manter vigilantes. Todos os povos devem exigir de seus governos que assumam, como deles, a causa palestina. Os mestres e sábios do Islã devem exigir dos governos que assumam, como deles, a causa palestina, que a abracem, que se envolvam nela. Essa é responsabilidade de importância capital.

Agradecemos a Deus que, na República Islâmica do Irã, o governo e o povo partilham esse princípio. Desde o início, o governo da República Islâmica e nosso generoso Imã [Khomeini] anunciaram e estimularam a política de apoio à Palestina e de hostilidade declarada contra o regime sionista. Essa política continua mantida até hoje. São já 35 anos que vimos mantendo essa linha de conduta, e nosso povo mantém a mesma política com entusiasmo e com adesão plena.

Vez ou outra, alguns dos nossos jovens, cujas demandas não são plenamente satisfeitas nesse campo, escrevem para mim e pedem insistentemente: “Permita que partamos, para lutar contra o regime sionista nas linhas de frente!”. Nosso povo deseja ardentemente combater contra o regime sionista, e a República Islâmica também manifestou seu compromisso com essa luta.

Pela Graça de Deus e Sua Misericórdia, ultrapassamos as barreiras e as lutas sectárias e em torno de questões de doutrina.

Ajudamos o Hezbollah libanês, que é grupo de xiitas, assim como ajudamos o Hamas e a Jihad Islâmica, sunitas. E continuaremos a ajudá-los. Nunca nos deixamos capturar por barreiras sectárias. Jamais demarcamos qualquer diferença entre xiitas, sunitas, hanafitas, hanbalitas, xafitas ou zaidis [escolas do Islã]. Mantivemos nossos olhos focados no nosso objetivo principal e oferecemos nossa ajuda.

Conseguimos reforçar os contingentes de nossos irmãos palestinos em Gaza e, pela Graça de Deus, continuaremos a fazê-lo. Já anunciei, e sem dúvida será feito conforme foi anunciado, que a Cisjordânia tem de ser armada, como Gaza, e preparar-se para se autodefender também militarmente.

[Fim do excerto transcrito]

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