sexta-feira, 10 de abril de 2015

Sua Eminência Sayyed Hassan Nasrallah, Secretário-Geral do Hezbollah (Líbano) – Discurso de 27/3/2015

Discurso do dia 27/3/2015, al-Ahed News (ing.)
Transcrição e tradução ao francês de Sayed Hasan
Traduzido para português pelo pessoal da Vila Vudu

1ª. parte (vídeo legendado em francês)


2ª. parte (vídeo legendado em francês)



Encontro abrigo em Alá, contra o mal apedrejado. Em nome de Alá, o Clemente, o Misericordioso. A paz esteja com o Selo dos Profetas, nosso Mestre e Profeta Abi Al Qassem Mohammad. Com Sua casa casta e pura. Com Seus companheiros escolhidos e com todos os mensageiros e profetas.

A paz esteja com vocês, com a misericórdia e as bênçãos de Alá.

Dias atrás, quando me preparava para um discurso televisionado, lembrei-me de que há semanas não me reúno com vocês. Nessa minha fala, abordarei alguns assuntos locais, além de lançar um olhar geral sobre a situação na região. Mas, sem dúvida, o desenvolvimento mais sério que teve lugar na região – o início de guerra de agressão contra o Iêmen – vai dominar essa minha fala, dado que dominou as preocupações políticas da região e do mundo. Por isso, abordarei muito brevemente os assuntos internos locais, tratando de dois pontos, antes de passar para o desenvolvimento mais recente que exige que tomismo posição e especifiquemos as responsabilidades. 

Desnecessário repetir que todos os libaneses, todas as libanesas, e todos os homens e mulheres do mundo tem de declarar sua posição sobre evento de tal magnitude, como é a agressão contra o Iêmen. No Líbano, nossa posição surgiu tarde, também. Não queremos que ninguém nos culpe por manifestar nossa posição, dizendo que o Líbano tolera ou não tolera nossa posição. 

De fato, eu estava trabalhando no meu discurso, já quase meia-noite, ao mesmo tempo em que assistia ao noticiário, quando, por acaso, ouvi a primeira notícia, no canal Al-Arabiya, sobre o início da agressão contra o Iêmen. Era meia-noite. Imediatamente já começaram a surgir opiniões e posicionamentos, uns depois de outros. Não se passara nem uma hora, e lá estava o primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri falando e comentando e apoiando a agressão saudita. Até condenou os iemenitas e disse que a ação dos sauditas seria resultado de uma intervenção iraniana, dentre outras coisas.

Bem, no Líbano, como em outras partes, todos tiveram chance de falar e tomar posição. Tomar posição é direito de todos. Uns apoiam, outros se opõem. Uns a favor, outros contra. Não há nisso problema algum. E nós temos o nosso direito de expressar a nossa postura e nossa visão, que é diferente da visão dos outros. (...) Espero apenas que esta nova discórdia, bem como esta nova divisão política, sobre este desenvolvimento no Golfo, não venha a causar tensão no Líbano ou ter repercussões no nível do governo. Verdade é que o governo deve levar em consideração as diversas tendências libanesas e visões sobre esta questão, para garantir que ele arrastará o país para ainda maior conflagração ou influencie a situação de modo geral [fala de questões internas do Líbano].

De modo especial, peço que as massas da Resistência tenham paciência, tolerem e não deem atenção às vozes da discórdia. Porque o objetivo delas é reviver provocação e sedição sectária e entre facções, e aquelas vozes não têm lugar entre nós, mas em atmosfera de sedição, divisões rígidas e conflitos internacionais. Não queremos o que eles querem. Agora, precisamos só ter paciência e deixar passar a atual onda de provocações.

Sem dúvida, o vácuo presidencial é prejudicial para o Líbano, e é muito importante que se realizem eleições presidenciais. A única coisa que me preocupa é que já se ouvem acusações contra o Irã e, consequentemente, contra o Hezbollah. O Irã está sendo acusado de tumultuar e tornar impossíveis as eleições presidenciais no Líbano. Quanto a isso, só digo a vocês que o Irã não interferiu antes nem jamais interferirá em eleições presidenciais no Líbano.

Franceses fizeram contato com os iranianos e irritaram demais os iranianos. Os iranianos informaram o governo libanês e disseram aos franceses que se trata de assunto interno libanês, e que o Irã não vetaria nenhuma personalidade libanesa para ocupar a cadeira presidencial. Para que vocês fiquem informados, o Irã não nomeou ninguém, não recusou ninguém nem discutiu nome algum. Portanto, o Irã nada tem a ver com ‘impossibilitar’ as eleições no Líbano. Hoje, temos de dizer as coisas como as coisas são. O lado responsável por paralisar o processo das eleições é muito conhecido na mídia, nos bastidores, e nos círculos políticos, e por todos os libaneses. É um estado bem definido e conhecido cujo nome já direi, daqui a pouco. Esse estado é que ‘veta’ os candidatos mais naturais, mais lógicos, mais fortes, mais capazes de construir o equilíbrio e a estabilidade no Líbano, nome que contra com o maior apoio entre os cristão e tem popularidade nacional.

O estado que está impedindo as eleições é o Reino da Arábia Saudita, mais precisamente, o chanceler saudita, Saud Al Faisal. Não digo novidade alguma: todos sabem disso. Eu deduzo, pessoalmente, que a liderança do Movimento Futuro não se oporia a esse candidato. Nas discussões, ou no fundo de suas convicções pessoais, o chefe do Movimento Futuro não se oporá a essa escolha. Mas o problema no Líbano é que há um estado que veta qualquer bom presidente para o Líbano.

Se todos sabem que a Arábia Saudita está trabalhando para prejudicar as eleições presidenciais no Líbano, por que tanto empenho em acusar o Irã, numa questão eleitoral libanesa, com a qual o Irã nada tem a ver? Nós é que decidimos, elegemos, escolhemos. Nem amigos nem inimigos, ninguém nos diz o que fazer. Primeiro, tomem o poder para decidir em suas próprias mãos, sem dar qualquer atenção a veto ou não veto, aqui ou acolá. Com isso, o dilema das eleições presidenciais no Líbano pode andar para o final natural e lógico. Só precisava fazer esses comentários sobre esses dois pontos dos assuntos libaneses. Passo então a tratar do outro e crucial novo desenvolvimento.

Era meia-noite, quando ouvi a notícia sobre a Arábia Saudita, que iniciara guerra contra o Iêmen, com raids e bombardeios aéreos. Depois se disse que 10 ou mais países apoiaram o ataque, que se formara uma coalizão, e que a coisa recebera o nome de “Tempestade de firmeza”.

Falemos primeiro de emoções. Depois, falaremos de política. Desde aquele primeiro momento e até agora, quando acompanho as notícias e comentários, uma pergunta não me sai da cabeça, e acho que muitos estão fazendo a mesma pergunta: O que terá acontecido, que causou essa “tempestade de firmeza” em que o regime saudita e seus aliados estão envolvidos? Vê-se muita firmeza árabe, galhardia árabe, valentia árabe, heroísmo árabe, determinação árabe – que Alá seja louvado! Tudo isso se vê. Mas é doloroso que, desde 1948 e por décadas e décadas, o povo da Palestina e os povos dos países próximos da Palestina tanto sofremos sem parar, porque aqui existe a entidade “israelense” na Palestina. Mas não recebemos nenhum sopro de “Tempestade de firmeza”, nem um ventinho de firmeza, que fosse! Quanto sonhamos com uma brisa árabe que nos ajudasse. Infelizmente, não veio.

Pois bem, se o problema é pedir ajuda para o povo palestino, há décadas os palestinos pedem e continuam pedindo. No Líbano, em 1982, o povo libanês apelou aos árabes para que nos ajudassem. Não ajudaram e nós perdemos a esperança em você. Em 2006, eu mesmo lhes disse que não queremos nada deles, que nos deixassem em paz. Mas o povo palestino muito pediu e ainda pede ajuda! Na guerra mais recente, quando Gaza foi atacada por Israel durante 51 dias, e as casas de milhares de moradores de Gaza foram bombardeadas e demolidas, e mulheres e crianças foram massacradas. Do outro lado há muçulmanos, também, são sunitas, mas sou obrigado a reagir. E os palestinos clamavam por reis árabes, príncipes e líderes árabes. Pois os sauditas não deram um passo!

Então, de onde brotaria tanta resolução, zelo, coragem, bravura e firmeza árabes, a ponto de os sauditas decidirem atacar o Iêmen? Esse ataque saudita é ao mesmo tempo surpreendente e doloroso. Certamente é algo de mais fundamental, importante e crítico do que qualquer coisa que tenha acontecido em nossa região em décadas. Quanta coisa aconteceu em nossa região, em matéria de guerras e opressões e violência, e nada, antes, exigiu que os sauditas se mobilizassem militarmente com tanta tempestade e firmeza... O que aconteceu que exigiu tudo o que se viu acontecer no Iêmen? É preciso pensar. 

Se o objetivo fosse salvar os iemenitas, então por que os sauditas teriam deixado o povo palestino sofrer durante décadas, sem qualquer movimento? Pois se os sauditas até conspiraram contra os palestinos, distorceram palavras dos palestinos, falharam com os palestinos e os venderam aos “israelenses” e americanos!

Em segundo lugar, se o objetivo é restaurar a autoridade legítima que, dizem os sauditas, é representada por Abed Rabbu Mansour e seu governo, então por que nunca fizeram nem um mínimo esforço para restaurar o que é mais importante para que haja autoridade, a saber, a terra da Palestina e a santidades da nação palestina e o Kiblah para os muçulmanos?

Em terceiro lugar, os sauditas estão dizendo que a nova situação no Iêmen ameaça a segurança dos sauditas, a segurança do Golfo e a segurança da Arábia Saudita. Mas a situação é ainda muito recente e possibilidades e recursos ainda não são claros; ainda não se formaram completamente. Os sauditas dizem que pressentiram o perigo e tomaram a iniciativa e lançaram essa agressão contra o Iêmen.

Como é possível que os sauditas tenham ‘pressentido’ o perigo que viria do Iêmen, mas jamais pressentiram perigo algum que vem de “Israel”, que tem um dos mais poderosos exércitos do mundo e ali está, junto dos portos, das fronteiras, dos mares e dos oceanos sauditas? 

Árabes e muçulmanos! Aí está mais uma prova de que, aos olhos desses árabes sauditas, “Israel” não é nem jamais foi inimigo ou ameaça que exigisse esse tipo de ‘tempestade’, assim tão rápida e violenta.

Pelo sim, pelo não, é preciso discutir os pretextos deles. Na verdade, é minha responsabilidade interpretar esta questão, para encerrar nossa discussão com uma tomada de posição e um chamamento. Examinemos os pretextos.

São justificativas? Ou não passam de pretextos? São razão suficiente para que os sauditas se atirem à guerra mais feroz e destrutiva? Neste momento, casas estão sendo demolidas, a infraestrutura está sendo destruída. Mulheres e crianças – civis – estão sendo mortos. Há alguma necessidade disso? Razão para isso? Essas são perguntas que têm de ser propostas pelos grupos religiosos que ainda insistem em dar uma dimensão legítima a essa guerra. Que pretextos apareceram até agora, para a agressão contra o Iêmen e contra o povo do Iêmen?

Em princípio, são três pretextos. Deixarei o principal pretexto para o fim, porque exige comentário mais demorado.

O primeiro pretexto é que, na opinião dos sauditas, há um presidente eleito. Mesmo que o homem tenha renunciado, depois cancelou a renúncia, embora seu mandato tivesse sido encerrado, nos termos da Iniciativa do Golfo. Mas, sim, não discutamos o aspecto da legalidade. Vamos supor que não há problema legítimo. Suponhamos que ele não renunciou e o mandato dele não foi dado por encerrado. Suponhamos que há ali um presidente absolutamente legal, que pede ajuda aos sauditas: ajudem-me a me restaurar como presidente e a restaurar o meu gabinete, para assumir o poder no país. O pretexto, aí, é esse. Mas... é pretexto suficiente para iniciar uma guerra contra o Iêmen?

O que intriga é que, no passado, os sauditas jamais fizeram algo semelhante. Por exemplo, não invadiram nem fizeram guerra alguma, quando o povo tunisino se levantou contra Zein Al Aabideen Bin Ali, que fugiu para a Arábia Saudita e continua até hoje sob patrocínio saudita. Naquela época, o rei saudita ficou furioso. O rei, e todo o governo da Arábia Saudita tiveram posições muito duras e contundentes contra a revolução do povo tunisino. Até tentaram restaurar o presidente Zein Al Bin Ali Aabideen, mas fracassaram ante a firme decisão e a vontade da Tunísia. Mas nem assim constituíram ‘coalizão’ alguma, ou alguma aliança árabe e internacional, ou pediram ajuda para fazer guerra contra o povo tunisino para restaurar o presidente e o governo legítimos.

Dou só mais um exemplo. Todos conhecemos a posição do Reino da Arábia Saudita, quando da revolução do povo egípcio, que derrubou o presidente Hosni Mubarak. Foi posição muito fortemente antagônica. Posição ostensivamente antagônica. Dizia-se também que estaria havendo uma ‘briga’ entre os sauditas e os norte-americanos, porque os sauditas estavam achando que os americanos estavam ‘moles’, que talvez até fossem cúmplices dos golpistas militares. E os sauditas viraram o mundo de cabeça para baixo, tentando ajudar Hosni Mubarak.

O Egito é o vizinho e é muito importante para os sauditas. Mas nem por isso os sauditas formaram uma coalizão internacional, nem pediram qualquer ajuda para invadir o Egito e derrotar os rebeldes e reinstalar no poder o presidente que, para os sauditas, seria legítimo. Os sauditas não fizeram nada disso.

Por que, então, o reino saudita mudou completamente seu modo de agir, quando a questão foi o Iêmen?

A resposta é simples: não é nada disso; tudo, aí, não passa de pretexto, falso pretexto. Um pretexto que não convence ninguém. Foi uma das mentiras criadas para iniciar a guerra.

Nossa pergunta, pois, continua sem resposta. Por que essa agressão dos sauditas ao Iêmen? Se queriam restaurar o presidente legítimo, teriam de começar pelas sanções, pressões políticas, pressões financeiras e pressões econômicas; poderiam ter convocado para diálogos, servindo-se de todas as suas amizades e inimizades pelo mundo. Só no último estágio, se fosse o caso, se poderia cogitar de guerra. Qual é o segredo por trás desta ação militar estranha, estranhíssima e surpreendente e de tal magnitude?

Posso dizer a vocês que nada tem a ver com restaurar presidente ou governo no Iêmen. Há muito mais coisas aí, do que se vê.

O segundo pretexto é que a nova situação no Iêmen ameaça a segurança da Arábia Saudita, a segurança dos Estados do Golfo, e a segurança do Mar Vermelho. Para evitar as muitas palavras, daqui em diante direi “a nova situação no Iêmen”. Para mim, aqui, “a nova situação no Iêmen” significa a revolução popular vitoriosa liderada pelo Movimento Ansarullah, com a cooperação e a assistência do Exército iemenita e de vários grupos da população iemenita, seções e tribos, independentemente de tendências e seitas.

Essa é a nova situação. E a nova situação no Iêmen será realmente ameaçadora para os sauditas? Que provas vocês têm, sauditas, para apresentar aos muçulmanos, aos povos islâmicos, aos estudiosos e aos muftis que lhes dão seus pareceres legais e autorizam a agir de um ou de outro modo? Onde está a prova decisiva de que a nova situação no Iêmen ameaça o Reino da Arábia Saudita? Vocês, sauditas, já estão fazendo guerra, o sangue já corre pelas ruas. E se os sauditas estiverem matando gente apenas porque queriam que prestassem contas a eles, sauditas, antes de dar qualquer passo, nesse caso os sauditas estão agindo com desumanidade – e desumanidade nada tem a ver com o Islã. Talvez essa seja a religião de George Bush, que pede contas às pessoas, ou não, conforme lhe apraza. Onde estão as provas de que a nova situação no Iêmen estaria ameaçando a Arábia Saudita e os Estados do Golfo? Não há prova nenhuma.

Além do mais, todo mundo sabe que os problemas internos no Iêmen são grandes. Há problemas de segurança, o “ISIL”, a Al-Qaeda, problemas relacionados com partidos e regiões, além de problemas que têm a ver com desenvolvimento, economia, sociedade, sobrevivência da população, finanças e política, bem como com a reconstrução do regime e a elaboração de uma nova Constituição. Isso significa que o país tem de estar unido. Que o povo iemenita e as forças políticas no Iêmen têm muito trabalho, para, pelo menos, 20, 30 anos. Sabe-se quais são as capacidades militares iemenitas. Na verdade, quem mais bem conhece as capacidades militares do Iêmen são os próprios sauditas.

Pois bem. E o Iêmen fez algo que sugira alguma ameaça à segurança da Arábia Saudita ou à segurança do Golfo? O que sei, e não sei se circulou ou não na mídia, é que alguns ramos do Movimento Ansarullah tinham contatos com o Reino da Arábia Saudita, Qatar e países do Golfo. Houve contatos e negociações. Na verdade, na véspera da morte do rei Abdullah bin Abdul-Aziz, uma delegação do Movimento Ansarullah estava em Riad. Eles conheceram e se reuniram com a inteligência saudita.

O rei morreu e veio uma nova autoridade. Contatos foram rompidos. Há quem diga que eles estão prontos para o diálogo político. Tentaram um diálogo político em Sanaa – não aceitaram ir a Aden –, aceitaram ir para Muscat. Por que não quiseram, os sauditas, ir conversar em Muscat? A prioridade do movimento iemenita é o Iêmen. Eles estão prontos para ter contatos e realizar um diálogo político sobre o futuro do Iêmen em Muscat ou de qualquer estado neutro. O movimento iemenita nada fez contra os sauditas. Não tiveram nenhuma iniciativa de ataque ou de guerra contra os sauditas. Não declararam guerra aos sauditas.

Pelo contrário, os iemenitas sempre trataram os sauditas com boa vontade. Estão dizendo que o que passa no Iêmen, quanto à ameaça do “ISIL” e Al-Qaeda prejudica tanto o povo do Iêmen, quanto prejudica os irmãos sauditas. O que fizeram os iemenitas, para que os sauditas lhes declarassem guerra, decidissem que eles são ameaça à segurança da Arábia Saudita, do Golfo, do estreito de Bab el Mandeb, do Mar Vermelho e o que mais for?! 

Já se vê que esse também é pretexto fraco e sem fundamento. Espero que todos que me ouvem ponham de lado suas convicções locais, regionais, partidárias, de seita, todo o fanatismo, e que todos se dediquem a tentar entender o que está acontecendo. Aqui lhes ofereço fatos, uns divulgados, outros não. Quando qualquer homem neste mundo quer apoiar uma guerra ou aprovar esta guerra, ele se torna parceiro também na guerra e na culpa da guerra, no Juízo Final. Digo-o, para todos os muçulmanos que querem mante limpa a própria consciência.

Por tudo isso, é preciso analisar os feitos dos sauditas. Não é que a Arábia Saudita toma uma decisão, e todos os muçulmanos ficam obrigados a segui-la! Por que essa decisão? Contra quem a decisão foi tomada? Se tivesse sido tomada contra “Israel”, todos nos apresentaríamos, rápidos, para sermos soldados nessa batalha. Mas, não! A Arábia Saudita faz guerra contra um povo árabe muçulmano. Todos devem sentar-se e refletir muito antes de pronunciar palavra sobre o que os sauditas terão de explicar no Juízo Final. Nesse mundo, homem algum tem poder para exigir explicações de outro homem.

O terceiro pretexto, que é o mais importante, também é logicamente débil. Adiante, direi a vocês qual a verdadeira razão por trás dessa guerra.

O terceiro pretexto que é o mais repetido pela Arábia Saudita, no Golfo, dos meios de comunicação de massa árabes e em todos os veículos financiados pela Arábia Saudita e seus aliados, é que o Iêmen teria sido ocupado pelo Irã. Por isso, os sauditas teriam declarado guerra ao Iêmen. O problema seria a hegemonia iraniana sobre o Iêmen. A intervenção iraniana no Iêmen. O Iêmen tornou-se Irã, virou iraniano.

O Iêmen é país árabe, e os sauditas teriam a missão de restaurá-lo. É parte da Península Árabe (embora os sauditas jamais tenham aceitado o Iêmen como membro do Conselho de Cooperação do Golfo, porque veem o Iêmen como estado de segunda classe). Os iranianos são pobres, e que seria mais um fardo. Seja como for, é preciso salvar o Iêmen da ocupação iraniana, da hegemonia iraniana e do controle iraniano. 

Aí está uma das maiores mentiras que os sauditas trabalham para difundir mediante feroz ataque de mídia – mais poderoso do que o ataque militar.

Também aqui é preciso falar com calma e de forma lógica. A partir daqui, de fato, vou ampliar meu foco sobre toda a região, antes de voltar para o Iêmen – com o que encerrarei essa fala de hoje. Mas... onde está a prova de que o Iêmen estaria ocupado pelo Irã? Ocupação é evento de muitas faces, mas o aspecto mais importante e de destaque, para que haja ocupação, seria a presença de forças iranianas de ocupação, para ocuparem o Iêmen. Por exemplo, se houver bases militares iraniana num país, pode-se considerar as acusações de que o Irã estaria ocupando este país. Há tropas iranianas no Iêmen? Há bases militares iranianas no Iêmen? O Irã esta realmente ocupando militarmente o Iêmen? Aí está. É só mais uma das mentiras muito evidentes, que nem se precisa discutir muito. 

Bem, os sauditas podem dizer que não se trata de ocupação no sentido militar da palavra; que há a hegemonia iraniana e controle iraniano sobre o Iêmen. OK, aí está um ponto a discutir, não só por causa do Iêmen, mas porque esse ponto ajuda a compreender o está ocorrendo em nossa região. 

Permitam-me apresentar aqui um problema essencial que está na mente do regime saudita e os que estão com eles. Há um problema que nada tem a ver com reconhecer o “povo” – povo tunisino, povo egípcio, povo do Iêmen e até mesmo as pessoas do Golfo, o povo saudita, o povo iraquiano, movimentos de povos, o desejo dos povos e as causas pelas quais os povos lutam. 

Pode acontecer de os reis, os governantes poderosos, olharem para as pessoas como seus súditos; e súdito é gente que não tem vontade independente, nem causa independente nem identidade independente. Se os súditos um dia revoltam-se, a única explicação possível, para déspotas como os sauditas, tem de ser buscada nos grandes eixos de oposição na luta regional ou internacional. E aí está o problema essencial.

Por isso os sauditas agiram como agiram na questão da Tunísia e na questão do Egito. E desde o início, os sauditas lidam como se vê com o Iêmen, a Líbia, o Iraque e a Síria. 

E a que levam esse conceito e essa mentalidade? Só levam a posturas incorretas, políticas incorretas e, consequentemente, a resultados não satisfatórios. E os fracassos se acumulam.

Consideremos um exemplo: a política externa saudita a partir de 20 ou 30 anos atrás, até nossos dias. Não quero discutir assuntos internos; consideremos só a diplomacia saudita. Alguém poderia citar um sucesso, uma realização bem-sucedida dos sauditas? Não há. Só se veem fracassos, aí também. Neste contexto tampouco há sucessos, só falhas. Por quê? Porque o fracasso é o resultado das políticas erradas. Políticas erradas são resultado da leitura errada dos acontecimentos. Leitura errada dos acontecimentos é produto de uma mente que pensa de forma viciosa, errada, que tem convicções erradas.

Em princípio, essas políticas condutas e incorretas estão deixando a Arábia Saudita aberta e exposta ao Irã, mesmo que o Irã não se esforce muito. Sejamos francos. Vocês, sauditas, estão jogando os países nos braços do Irã. Digo e comprovo. O problema são vocês, sauditas, não o Irã. O problema está no fracasso saudita, na forma mental dos sauditas, no modo saudita de governar, no modo saudita de pensar, no modo de evoluir, de conduzir-se, de reinar e de compreender. [Continua] 

Dou alguns exemplos, mediante os quais farei minha leitura da situação na região. Começo pelo Líbano. Em 1982, quando “Israel” ocupou grande parte do Líbano e entrou na capital, Beirute, todos os países árabes abandonaram o Líbano, exceto a Síria. Alguns países árabes tomaram posição política pela qual agradecemos, se lembro bem, foram a Argélia e o Sudão. Mas em geral, os árabes que têm dinheiro e poder e compram armas, aviões e artilharia por centenas de bilhões de dólares abandonaram o Líbano.

Os libaneses tínhamos o direito de resistir à ocupação “israelense”. Procuramos ajuda por toda a parte, quem quisessem nos ajudar e mostrar solidariedade aos libaneses. Encontramos a Síria e o Irã.

O Irã chegou-nos do fim do mundo. Vinha de uma guerra que lhe foi imposta e vocês, sauditas, têm uma mão, na guerra que foi imposta ao Irã. O Irã não disse aos libaneses que “Saddam Hussein está lutando contra o Irã com o apoio do Golfo Árabe e, assim sendo, os libaneses que se salvem sozinhos”. Ao contrário disso, o Irã respondeu aos nossos pedidos de ajuda e ajudou os libaneses. Deram aos libaneses a habilidade e a experiência do Irã. Deram-nos aconselhamento. E dinheiro, armas e táticas. Mas, mesmo com tudo isso, a Resistência no Líbano continuou a ser libanesa. Seus homens, mulheres, líderes, mártires, prisioneiros, heróis, feridos, famílias dos mártires, causa, movimento e decisão, tudo isso, sempre, absolutamente libanês. Não foi alguma “resistência iraniana”. 

Porém, porque eles, os sauditas, não reconhecem coisa alguma que seja povo libanês, Resistência libanesa, movimento libanês e a vontade libanesa, os sauditas classificaram a Resistência libanesa, desde o início até nossos dias, como se fosse alguma resistência iraniana ou resistência que segue o Irã, quando nunca foi assim, e apesar de os sauditas não terem sequer uma prova de que seria assim, e quando eu tenho milhares de provas de que não, absolutamente não é assim. Mas os sauditas agem como se a Resistência no Líbano fosse resistência iraniana; não resistência libanesa ou resistência árabe. Mas, quando a Resistência libanesa alcançou a vitória e quis oferecê-la como um presente para todos os árabes e para toda a nação árabe, os sauditas não admitiram, não aceitaram. Os sauditas lidaram com a vitória da Resistência libanesa como se tivesse sido vitória do Irã, ou vitória sectária, no momento em que quisemos apresentar a vitória da Resistência libanesa como vitória de todos os árabes e muçulmanos e de todas as pessoas honradas no mundo. É um exemplo. 

Os sauditas podem dizer que o Irã é muito respeitado no Líbano. De fato, sim, é respeitado e tem influência sobre um grande e importante partido. Isso é verdade. Mas, não é verdade que o Irã esteja ocupando o Líbano, que tenha hegemonia sobre o Líbano, ou que o Irã imponha suas opções ao Líbano. Não. Nunca! Adiante, voltarei a este ponto. Até aqui, o que teve a ver com o Líbano. 

Quanto à Palestina, vocês, governos árabes, e mais precisamente o regime saudita e os estados do Golfo, abandonaram o povo palestino. Como dissemos no início, esses governos abandonaram os palestinos e entregaram o povo palestino a “Israel”, que mata, massacra, bombardeia, viola, aprisiona, encarcera. Vocês, governos árabes e mais precisamente o regime saudita e os estados do Golfo entregaram os palestinos aos EUA para que encontrassem solução para a questão palestina, em negociações que não deram em nada, porque aqueles ‘negociadores’ procuravam por miragens. Vocês, governos árabes e mais precisamente o regime saudita e os estados do Golfo nada fizeram pelo povo palestino.

OK, já se sabe que não lutaram nem lutam pelo povo palestino. Não lutem.  Não queremos que vocês lutem. Mas vocês têm milhares de milhões de dólares. Por que, então, entregaram o povo palestino para que vivesse na mais terrível miséria, em acampamentos, em Êxodo permanente, mesmo dentro da Palestina? Por que o povo palestino ainda não conseguiu reconstruir nem o que foi destruído nas guerras contra Gaza, desde a primeira, não apenas o foi destruído na guerra mais recente? Por que o povo Maqdessi foi obrigado a emigrar de Quds e da Cisjordânia? Por quê? Vocês, governos árabes, governos sauditas, não têm dinheiro? Nós não queremos as guerras de vocês, não queremos os seus oficiais e generais, soldados, aviões e sua “Tempestade de firmeza”, não queremos que tudo isso seja lançado contra “Israel”.

Para ajudar os palestinos, basta um pouco do dinheiro que vocês gastam na Europa e nos EUA. Compadeçam-se! Vocês jamais tiveram piedade. Vocês deixaram que avançassem, contra os palestinos, não só a ocupação, mas também a pobreza, a fome, humilhação, o êxodo. 

Naquela situação, então, o povo palestino procurou o Irã para que o ajudasse. E quando fez isso, vocês, sauditas, atacaram o Irã. Aquela guerra durou oito anos. O Irã ainda sofre até hoje sanções e cerco por causa de vocês, governos árabes e, mais precisamente, o regime saudita e os estados do Golfo. Pois esse mesmo Irã respondeu aos pedidos dos palestinos. Ofereceu aos palestinos tudo o que pôde – dinheiro, armas, ajuda humanitária, experiência, habilidade, treinamento, táticas e uma postura política absoluta, firme, definitiva, sublime. 

Por que o povo palestino não deveria sentir simpatia e amor pelo Irã? Eles sabem! O Irã manifestou solidariedade e amor por eles, ajudou-os, ajudou-os, apesar de todos os problemas que o próprio Irã enfrentava. Mesmo assim, os sauditas continuam a fala da ‘influência iraniana’ na Palestina. A questão palestina ‘virou’ questão iraniana.

Temos de trabalhar para restaurar a questão palestina, para torná-la novamente questão árabe. Alguém roubou dos governos árabes, e mais precisamente do regime saudita e dos estados do Golfo, a questão palestina? Alguém a arrancou de vocês? Alguém lutou contra vocês para ganhar para si a questão palestina? Não! Vocês, governos árabes e mais precisamente o regime saudita e os estados do Golfo, vocês mesmos abandonaram a questão palestina, trataram-na com desprezo. Quem nos ajudou foi o Irã! 

Na verdade, a Síria também sempre teve postura política e moral honrosa – além do que faz em campo, com honra. Mas aqui, agora, estou falando sobre o Irã, porque estou falando do Iêmen, e, na questão do Iêmen, ninguém até agora culpou a Síria. 

Afinal, depois de tudo isso, os sauditas dizem que querem recuperar a causa palestina, mas só depois de tê-la convertido em ‘problema iraniano’. Mas o Irã nada tem a ver com os palestinos, não tem hegemonia sobre os palestinos, não controla os palestinos, não controla a decisão, os movimentos, as lideranças palestinas, não, de modo algum. Também voltarei a isso, na conclusão, quando reunir todos esses pontos. 

Tratemos agora do Iraque. Vocês, sauditas, falam muito sobre a influência iraniana no Iraque, a hegemonia iraniana no Iraque e a ocupação iraniana do Iraque. Para começar, não há nenhuma ocupação iraniana do Iraque.

Em segundo lugar, para poder compreender o que realmente se passa, vejamos o que vocês, governos árabes e, mais precisamente, o regime saudita e os estados do Golfo fizeram no Iraque. O que a Arábia Saudita e aliados fizeram no Iraque?

Saddam Hussein não precisava de mais motivos e incentivos para agredir o Irã. Mesmo assim, os sauditas o incentivaram e financiaram, como o príncipe Naif confessou a autoridades iranianas, cara a cara. Disse-lhes que os sauditas deram a Saddam Hussein 200 bilhões de dólares e que, se pudessem dar mais, teriam dado. Isso, quando um milhão de dólares era muito dinheiro (vocês sabem do preço do petróleo e dos recursos da Arábia Saudita naquela época). Só os sauditas deram 200 bilhões, 200 mil milhões de dólares, a Saddam, para que fizesse a guerra. E ele fez. 

O Irã foi arruinado e o Iraque foi arruinado, os dois países e povos, todos, ainda sofrem sob as consequências importantes daquela guerra, que desabou sobre eles com ‘as bênçãos’ do regime saudita. Mais tarde, os sauditas incentivaram, provocaram e apoiaram George Bush para que ocupasse o Iraque. E o Exército dos EUA ocupou o Iraque. Os sauditas, sim, foram parte dessa operação militar, de segurança, de campo, logística e política, da qual serviram como agentes facilitadores. Os sauditas não lutaram. Não tinham poder militar para lutar, não lhes foi exigido que lutassem. Os norte-americanos ocuparam o Iraque. 

Quando começou a ficar evidente que o povo iraquiano não sucumbiria à ocupação norte-americana e, em vez disso, preparava-se para explorar a oportunidade para livrar-se do regime de Saddam Hussein, fortalecer-se em decisão, status e posição para confrontar a ocupação, pela via política ou pela via da Resistência, vocês sauditas abriram o caminho para todos os grupos Al-Qaeda e takfiri entrassem no Iraque. Eu, pessoalmente, sei disso, e os iraquianos sabem. Vários iraquianos contaram exatamente isso à mídia. 

Eu costumava pedir, e ainda apelo aos iraquianos, que tenham coragem e revelem a verdade ao povo do Iraque e a todos os povos árabes e não árabes de todo o mundo: sempre foram os aparelhos de inteligência dos sauditas quem despacharam homens-bomba e carros carregados de explosivos para o Iraque, quem sempre financiou as operações de matança em Bagdá e nas cidades iraquianas no norte, sul e centro do país, sem distinguir entre curdos, árabes, turcomanos, sunitas, xiitas, muçulmanos e cristãos.

Fim do primeiro vídeo e início do segundo

Vocês, sauditas, afogaram em desgraça o povo iraquiano. E o mais recente dos infortúnios que vocês infligiram aos iraquianos é o “ISIL”, ao qual vocês, sauditas e seus aliados, deram vida, para derrubar o regime de Bashar Assad e o governo de Al Maleki. Era segredo? Mas o mundo inteiro sabe disso! A inimizade de vocês contra o Iraque tinha endereço, contra uma pessoa definida. Até que, finalmente, vocês, sauditas, enviaram o “ISIL” para lá. A inteligência saudita e “Bandar”, juntos, criaram, financiaram e armaram o “ISIL”.

Mas, de repente, a situação inverteu-se: os sauditas passaram a ser aterrorizados pelo “ISIL”, que escapou do alcance e controle dos sauditas, como, antes, a Al-Qaeda também escapara. Isso é o Iraque.

O que o povo iraquiano viu, dos sauditas e do regime saudita? O que o povo iraquiano vê, dos sauditas, depois de décadas, enquanto Saddam Hussein massacrava o povo iraquiano, matando iranianos ao norte e matando iranianos ao sul e matando gente também no centro? Vocês, sauditas, sempre apoiaram Saddam Hussein e o regime de Saddam Hussein. Ou não? 

Desde o início da ocupação norte-americana, aqueles iraquianos oprimidos encontraram quem os defendesse, em pé, ao lado deles. Os iranianos puseram-se ao lado do povo iraquiano na política, na cena internacional, na cena regional e também na Resistência.

Foi atitude de bravura sem igual, de coragem moral, de que o povo iraniano muito se pode orgulhar. O Irã apoiou a Resistência no Iraque, contra o Exército dos EUA, como apoiou a Resistência no Líbano e na Palestina contra o Exército “israelense”. Os norte-americanos ameaçaram atacar o Irã. Ameaçaram atacar a Força Quds, como hoje já se sabe. Eles bombardearam seus quartéis, e sempre sabiam onde os homens da resistência iraquiana estavam sendo treinados no Irã. 

No final, quando o “ISIL” atacou e províncias caíram ante seus ataques; quando Bagdá estava prestes a cair, além de Irbil e do sul; e quando o “ISIL” já chegava às fronteiras da Arábia Saudita e do Kuwait, quem primeiro tomou a iniciativa de ajudar o povo iraquiano? Quem mandou os SEUS próprios soldados, seus filhos, dinheiro, armas, artilharia e especialistas, sem esperar por qualquer outra solidariedade, de pessoa alguma, em todo o mundo? Quem não diferenciou entre apoiar xiitas no sul e curdos no norte? Quem apoiou, com igual entusiasmo, todos os iraquianos: xiitas, sunitas, curdos, turcomanos e outros? O Irã. Mais uma vez, o Irã.

O que fizeram os sauditas para defender o povo iraquiano contra a violência do “ISIL”? O que fizeram, depois, os EUA, quando os mesmos sauditas formaram uma ‘coalizão’ internacional e, na sequência, mandaram seus bombardeiros? Até aí, o jogo já está bem claro.

Por qual razão o povo iraquiano deveria não respeitar e amar o Irã? Por que o Irã não teria presença e influência no Iraque, se o Irã ajudou, apoiou, defendeu o povo iraquiano, na batalha de poucos meses, cujo objetivo era varrer os iraquianos da face da terra, com as ‘bênçãos’ do apoio dos sauditas ao “ISIL”?

Foi quando o canal Al Arabiya, o canal Al Jazeera e funcionários de governos árabes passaram a falar muito sobre a influência iraniana no Iraque. 

Vocês, sauditas, é que são preguiçosos, indolentes e falhos, porque nunca assumiram suas responsabilidades para com o povo iraquiano. Só um lado existe, sempre ativo, zeloso, rápido ao assumir suas responsabilidades e marcar presença – embora os iranianos saibam manter-se sempre calmos e frios. Mas, mais uma vez, por que os iranianos ‘deveriam’ não estar presentes e ter influência no Iraque?

Na Síria aconteceu o mesmo, quando os sauditas mandaram para lá todos os selvagens no mundo, não para apoiar o povo sírio, mas para derrubar o regime e tentar controlar a Síria. Conheço todos os detalhes, mas, agora, não há tempo. Talvez daqui a uma semana, dez dias, possamos tratar desse assunto. O objetivo real é pôr sob controle a Síria e o presidente Bashar Assad – este jovem presidente que governa em situação dificílima. Eu sei o que fizeram Arábia Saudita, Qatar e Turquia, e a política adotada contra o presidente Assad, para subjugá-lo e submeter a Síria aos sauditas ou ao Catar ou aos turcos.

Mas a Síria queria manter-se Estado independente; a Síria acredita na força e no status regional que tem. Vocês, sauditas, arregimentaram o mundo inteiro para lutar contra a Síria, para derrubar o presidente Assad e o seu governo. regime. Vocês, sauditas, demoliram a Síria, mataram sírios e se opuseram a uma solução política para a Síria.

Irmãos! Saiam e consultem todos os sírios dentro e fora da Síria. Vocês logo descobrirão que há consenso entre o povo sírio: todos os sírios querem uma solução política. Basta dessa guerra, que nunca derrubará o governo sírio e só gerará cada vez mais desgraça e destruição. 

Quem está impedindo qualquer solução política na Síria? Quem continua a incendiar a Síria? Sempre, sempre, são o Reino da Arábia Saudita e seus aliados, porque ainda não atingiram seu objetivo na Síria.

É natural que o Irã receba respeito e consideração na Síria, porque o Irã ofereceu ajuda, assistência e apoio para a Síria. Não há Exército iraniano na Síria. O número de iranianos na Síria é muito limitado. Eu não sei, mas talvez 20, 25, 30 ou 40 iranianos. Tenho certeza de que não chegam a 50. Tenho certeza de que não são mais de 50. Pois mesmo assim Saud Al Faisal diz que a Síria está ocupada pelo Irã. É ainda mais engraçado que isso, porque ele diz que a Síria está ocupada pelo Hezbollah! O Irã é um estado regional. Pode, claro, ocupar a Síria. Mas... o Hezbollah? Como o Hezbollah poderia ocupar a Síria? 

Esta é a mentalidade dos sauditas, que sempre ignoram que há um estado sírio, o Exército sírio e um regime que goza de amplo apoio popular. Os que lutam na Síria seriam talvez iranianos? São talvez do Hezbollah, os que lutam na Síria? Louvado seja Deus! O Hezbollah estaria lutando no norte, ao sul, no leste e no oeste? Ou seriam os iranianos, aí, por todos os cantos? Tudo, aí é pura mentira, elucubração. 

Antes de voltar para o Iêmen, falemos do Líbano. O que se diz é que nós, o Hezbollah, já tínhamos laços de amizade e admiração com o Irã desde 1982. Eu não escondo que eu creio que Sua Eminência o Imã Sayyed Ali Khamenei é Imã e líder dos muçulmanos. Mas lhes digo com franqueza e posso jurar por Deus, que o Irã nunca nos ordenou coisa alguma ou nos informou de alguma ordem nem nos pediu para executar qualquer ordem, seja no plano interno ou no plano regional. O Hezbollah somos liderança independente. Nós examinamos e nós decidimos. Às vezes, acolhemos seus pontos de vista e experiência, como aconselhamento. Mas nunca, em tempo algum, os iranianos nos impuseram alguma decisão, façam isso, não façam aquilo, aceitem isso, não aceite aquilo. Esse é o modo como a Arábia Saudita, não o Irã, lida com amigos e entes queridos em todo o mundo. Mas não quero falar sobre o Líbano. Conto com que os irmãos no Hamas, na Jihad Islâmica e na Frente Popular para a Libertação da Palestina, e no Comando Popular Frente Geral, como nas demais facções palestinas, que há muito tempo mantêm laços com a República Islâmica, respondam a vocês: algum dia o Irã lhes ordenou que tomassem alguma decisão definitiva? Alguma vez lhes ditou uma decisão, não faça isso, faça aquilo, lute, não lute, objete, discuta? Nunca. E o mesmo vale para Síria e Iraque.

Bem, a verdade é essa. Mas os sauditas não conseguem compreender essa verdade. O que não é de estranhar. Porque, na verdade, o Irã não é o Império Persa. O Irã não é o estado do Xá Mohammad Reza Pahlavi – aliado dos sauditas, amigo, mestre, até, dos sauditas, nos velhos tempos. O Irã é uma república islâmica. É o estado do Islã. É o estado do Imã Khomeini. É o estado da luta e do esforço do povo muçulmano que vê o Islã acima de qualquer consideração racial ou sectário, acima de qualquer outra coisa, seja algum persianismo, ou o que for! Claro que os sauditas não entendem coisa alguma e ficam desnorteados por o Irã ajudar Líbano, Palestina, Síria, Iraque e outros países, e mesmo assim jamais ditar ordens, tentar interferir ou disseminar sua hegemonia. Os sauditas não querem compreender, os sauditas não conseguem compreender este tipo de mentalidade, de moral, de inteligência e de rumo.

Certa vez, uma delegação de líderes do Hamas esteve em Riad. Eles mesmos nos contaram essa história e não pediram segredo. Quando Saud Al Faisal perguntou-lhes sobre seus laços com o Irã, eles não mentiram, disseram com franqueza “o Irã nos fornece dinheiro, armas e treinamento. Se vocês nos fornecerem o que o Irã nos dá, rompemos os nossos laços com o Irã. Eles mesmos me contaram, e não é vergonha para ninguém. Agora, os sauditas querem lutar contra a influência iraniana na Palestina!

Naquela época, o Hamas disse a vocês, sauditas, a mais pura e transparente verdade. Você não se atreveram a fornecer ao Hamas o que o Irã fornecia, porque “Israel” está em questão em toda a região e sempre, bem como os EUA. Por essa razão, eu sempre disse a muitas lideranças palestinas, na época da Primavera Árabe: irmãos amados! Nada adiantará. Vocês podem voar para o leste, para o oeste, podem visitar até Marte ou descer à sétima terra, e nunca encontrarão alguém que lhes forneça armas, artilharia, experiência, táticas militares. Só Irã e Síria. Podem até encontrar algum país que lhes dê dinheiro para construir casas. Mas só Irã e Síria fornecerão armas a vocês. Agora, chegaram à mesma conclusão.

E quanto ao Iêmen? O que os sauditas fizeram e estão fazendo no Iêmen? Algum crime foi cometido no Iêmen, e os sauditas vieram para punir o tal crime, o tal criminoso? Afinal, o que o Reino da Arábia Saudita está fazendo no Iêmen? 

Já há décadas, os sauditas controlam o Iêmen, décadas. Os sauditas interferem em tudo, no Iêmen: na administração, política, segurança, economia, no exército, nas tribos e até nas seitas. Vocês, sauditas, já não consumiram grandes quantias de dinheiro, para converter tribos, de uma seita para outra? Não precisamos citar nomes. Há décadas já, os sauditas manipulam as contradições no Iêmen, para manter a hegemonia saudita e o controle saudita sobre o Iêmen. E agora, depois de décadas e décadas de mando saudita sobre o Iêmen, em que estado está a economia no Iêmen? Onde estão a infraestrutura e estabilidade do Iêmen? Como os sauditas lidam com o Iêmen? Pois se sequer aceitaram incluir o Iêmen no Conselho de Cooperação do Golfo. Para os sauditas, o Iêmen seria um fardo. Será que os sauditas só sabem lidar com superioridade e arrogância, com o povo do Iêmen? Isso, com certeza, é o que dizem os próprios iemenitas.

Quanto ao Movimento Ansarullah – ou os houthis, como dizem os sauditas –, até hoje o Reino da Arábia Saudita já apoiou seis guerras contra oAnsarullah! Um povo vulnerável, oprimido, que está sitiado na província de Saada. E os sauditas só pensam em exterminá-los, extraditá-los? Não é verdade que vocês, sauditas, atacaram o Movimento Ansarullah e foram derrotados? Depois, quando o mesmo Movimento Ansarullah chegou aos postos mais altos do poder no Iêmen e deixaram o passado para trás, eles procuraram vocês, sauditas, propuseram um diálogo, para construírem algum acordo. Foi isso, talvez, que os sauditas fizeram agora no Iêmen? Será que algum dia os sauditas serão capazes de fazer movimento semelhante no Iêmen? O que os sauditas têm oferecido ao Iêmen e ao povo iemenita? Sim, sim, os sauditas gastaram bilhões de dólares no Iêmen, mas só para comprar e corromper e subornar consciências e seitas, e para apoiar grupos takfiri e para comprar lealdades. Só isso os sauditas sempre fizeram no Iêmen.

No final, depois de décadas, esse mesmo povo iemenita atingiu grau considerável de consciência, de determinação e de vontade. Afinal de contas, todos os povos da região já são vistos hoje de outro modo, já não são vistos como no passado. E aquele povo iemenita decidiu restabelecer o seu país, o estado, as fronteiras, a autoridade, a entidade, com direito à existência e com dignidade.

Vou falar aqui com mais detalhes, porque a guerra do Iêmen é a maior guerra em curso nesse momento na nossa região.

Fato é que, bem ao contrário do que os sauditas dizem hoje, os irmãos houthis, do movimento Ansarullah – usem o nome que preferirem – jamais haviam tido quaisquer laços com o Irã, até antes da Sexta Guerra, quero dizer, até há bem poucos anos. Costumavam manter laços com países árabes, um deles, o Qatar, como me contaram autoridades do Qatar.

Nem eu, ou qualquer outro membro do Hezbollah, jamais tivemos quaisquer laços com os houthis. Até a Sexta Guerra, só os conhecíamos pelo que os jornais noticiavam. E sempre pela mídia, manifestávamos simpatia por eles. Sabíamos da opressão que sofriam, mas não tínhamos nenhum vínculo com eles, nenhuma familiaridade com eles. Bem, são mais um povo oprimido, e o Irã também lhes manifestou sua simpatia e posicionou-se ao lado deles. O Irã reconheceu que os houthis tinham direito à própria terra. Por isso, os houthis adoram o Irã e muito respeitam o Irã. Mas o Irã jamais interveio no Iêmen ou em qualquer decisão que o Iêmen tomasse. Hoje, cabe aos iemenitas tomarem suas próprias decisões e decidir como lidar com esta guerra.

Digo-lhes até mais que isso: a República Islâmica nunca dá ordens ou interfere em outros países. Mesmo que se pergunte a eles, o Irã não responde; diz sempre, seja ao Iêmen, Líbano, Iraque, Síria ou qualquer outro país: “vocês é que têm de resolver. A decisão é de vocês.” O Irã não tem aspirações a alguma hegemonia, e absolutamente não interfere em outros países. Sim, é claro que o Irã é respeitado no Iêmen.

E hoje, depois de todas essas décadas e décadas de calamidades que os sauditas impuseram ao povo do Iêmen, os próprios sauditas – por causa do que fazem, da política que tentam impor por toda parte – estão empurrando também o Iêmen para o colo do Irã. É o mesmo que vocês, sauditas, já fizeram com o Iraque, a Síria e grande parte dos palestinos.

É impossível que, para restaurar o Iêmen, os sauditas só saibam fazer guerra contra o Iêmen. Restaurar o Iêmen é empreitada que exige compreender o Iêmen, lidar fraternalmente com o Iêmen, dialogar com os iemenitas, ser humilde com os iemenitas, adotar conduta racional com os iemenitas. Para tudo isso, ninguém precisa de “tempestade de firmeza”, só se precisa de paciência, simpatia e amor. Quanto à tal “Tempestade de Firmeza”, já lhes digo no que dará tudo isso.

Oh, árabes! Oh, muçulmanos! Povos do mundo! Oh, iemenitas! Oh, povo saudita! Oh, povos árabes, em todos os países onde tantos queiram mandar os filhos de vocês para morrerem na guerra!

A verdadeira razão para tudo que se vê hoje no Iêmen é que a Arábia Saudita fracassou no Iêmen, a Arábia Saudita perdeu o Iêmen. Perdeu o controle, perdeu a hegemonia que teve sobre o Iêmen. Os sauditas sentiram-se frustrados por suas escolhas internas, por causa do que fizeram os próprios sauditas no Iêmen, por causa dos grupos takfiri que os sauditas criaram no Iêmen. Os sauditas sentiram que o Iêmen tornara-se propriedade do seu povo, propriedade de grupos verdadeiramente nacionais, independentes e soberanos, que não sucumbiam mais a nenhum patrocinador. E isso a Arábia Saudita não pode tolerar. O objetivo daquela guerra é restaurar o controle e a hegemonia dos sauditas sobre o Iêmen. Isso nós estamos prontos para discutir com quem queira acrescentar qualquer coisa. Este, precisamente, é o objetivo daquela guerra.

Aqui, me permitam, por uma única vez nessa fala, em vez de dizer Arábia Saudita, Reino da Arábia Saudita e regime saudita, falar dos príncipes da dinastia Saud. Na cabeça dos príncipes da dinastia Saud, só é possível restaurar Iêmen se correr sangue – sangue saudita, do povo saudita e oficiais do exército, sangue do povo iemenita, sangue de oficiais e soldados dos povos árabes. E é assim, porque o príncipe fulano ou o príncipe beltrano perdeu o controle sobre o Iêmen. Esta é uma palavra de verdade que lhes trago. E vocês sabem, como eu sei, que dizer a verdade sempre tem consequências importantes. Mas a verdade agora tem de ser dita, da posição em que estou e nesse momento.

Assim sendo,

Em primeiro lugar, nós condenamos a agressão que EUA-Arábia Saudita cometem contra o Iêmen e seu povo, exército, edifícios, presente e futuro.

Em segundo lugar, conclamo todos os agentes a paralisarem essa ação de agressão nesse momento; essa é nossa conclamação, agora e em todos os momentos.

Em terceiro lugar, convocamos à retomada das iniciativas para buscar soluções, o que é sempre possível, mesmo depois da agressão. Os irmãos no Iêmen disseram que aceitam o diálogo em Muscat ou em qualquer estado neutro. Que se faça o diálogo. Não sei se continuam interessados em dialogar, mas é o que ouvi na mídia. Com diálogo, se pode alcançar uma solução para organizar as relações regionais, obtendo garantias de que os países do Golfo respeitarão as novas condições que há no Iêmen.

Em quarto lugar, falo aos países cujos governos estão cooperando para a agressão ao Iêmen. Reconsiderem sua decisão. Ouçam as respectivas consciências, religião, mente e interesses. É possível que esses governantes aceitem derramar o sangue dos próprios filhos deles, por causa de um príncipe ocioso e autoindulgente, que vive no luxo e deseja restaurar o poder que perdeu sobre um povo orgulhoso, pobre, oprimido, que luta para se reerguer? Eis uma pergunta a ser respondida pelos jordanianos e pelos povos dos países do Golfo, o povo saudita, o povo egípcio, o povo sudanês, o povo marroquino e o povo paquistanês. Pelo que diz a mídia, esses são os países da “coalizão” comandada pelos sauditas. É o que desejam?

Deixemos de lado os demais países. Estou muito surpreso com a posição da Autoridade Palestina em Ramallah e com a posição do presidente Mahmoud Abbass. Oh, Abu Mazen, será pelo interesse do povo palestino, que você está apoiando a guerra contra o povo do Iêmen?! Será que apoia a agressão armada contra um país árabe... pensando no bem do povo palestino? O que você dirá, doravante, no caso de os “israelenses” novamente agredirem o povo palestino na Cisjordânia e em Gaza? Já não lhe resta nenhuma lógica, nenhuma razão. Você só sabe apoiar guerra contra povos oprimidos e sacrificados. É isso. Renuncie. Aposente-se! Já não lhe resta nenhuma razão.

Quanto aos demais estados, que pensem nos próprios interesses e nos interesses dos seus povos. Interessa a alguém o sacrifício do povo do Iêmen? Ou será que, para cortejar a Arábia Saudita e o dinheiro da Arábia Saudita, toda a região deve ir à guerra? Todas as questões podem ser abordadas por políticas, negociações e soluções graduais. Por que, de repente, a guerra parece ser solução para todos os problemas?! 

Em quinto lugar, o oprimido, perseguido, orgulhoso, nobre, corajoso, inteligente, firme e determinado povo iemenita tem o direito de defender-se, de resistir e de se opor. E é o que estão fazendo. E aqui lhes digo que alcançarão a vitória.

Este povo oprimido que luta e resiste alcançará a vitória porque essa é a lei de Alá o Todo Poderoso e é a lei da história.

Será esse Exército saudita, com todos que se juntarem a ele, mais poderoso que o Exército dos Estados Unidos? E que fim levou o Exército dos EUA que invadiu o Iraque? Onde está o Exército dos EUA que invadiu o Afeganistão? Onde está, no Líbano, o orgulhoso exército que apareceu por aqui em 1982? Será o exército saudita mais poderoso que o exército “israelense”? Pois onde está o exército “israelense” nas batalhas dele?

O que a história ensina é que todos os invasores acabam vencidos. Todos os invasores acabam humilhados e derrotados. A Arábia Saudita e os governantes da Arábia Saudita ainda têm uma chance de escapar da derrota e da humilhação: eles que reconsiderem suas políticas incorretas, que aprendam a ser fraternos com os iemenitas, que se abram para o diálogo, que ventilem a própria cabeça, porque todas as portas ainda estão abertas.

O resultado final dessa batalha já é conhecido a partir de agora. Não festejem os seus ataques aéreos mortíferos. Sempre, infalivelmente, mais cedo ou mais tarde, no Iraque, no Afeganistão, em Gaza, no Líbano, na guerra de julho e antes guerra de julho, todas as escolas militares do mundo já sabem que ataques aéreos não bastam para levar a termo, com vitória, guerra alguma. Querem saber por que não se vê o Exército saudita? Porque o Exército saudita não luta: eles mandam paquistaneses, egípcios e jordanianos, para lutarem por eles.

Por tudo isso, os povos têm responsabilidade importante e decisiva. Estão sendo chamados para formar uma barreira de solidariedade – para tomarem posição e não se deixar envolver por seus governos, nesse criminoso derramamento de sangue iemenita. Os povos estão já convocados para se manterem longe de uma batalha, cujo fim é conhecido e claro: a derrota do regime saudita. E respeitamos e honramos o povo saudita, que estão entre os povos mais oprimidos de nossa nação árabe.

A vitória final será do povo do Iêmen, porque esta é a lei da história. Quem conheça o povo do Iêmen sabe que os iemenitas não tolerarão esse tipo de agressão, a humilhação e o insulto. E que lutarão para defender a própria dignidade, sua existência, a terra e a honra deles.

Mas ainda há tempo. Em vez de se tornarem cúmplices no derramamento do sangue do povo iemenita e na destruição do Iêmen, os países árabes, a Liga Árabe e os presidentes árabes têm de dar conta de sua responsabilidade histórica, e conceber uma iniciativa árabe, islâmica, ou iniciativa internacional, para parar esta agressão e avançar em direção a uma solução política – antes que a derrota e a vergonha se consumem, como destino final dos invasores.

A paz esteja com vocês, com a misericórdia e as bênçãos de Alá.

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